A velocidade da desconstrução

A velocidade da desconstrução

Da coluna Pont Final, por Carlos Damião (ND, 13/12/2010)

Mais uma bela casa do centro da Capital foi ao chão na calada da noite, rapidinho antes que alguém percebesse. Não era patrimônio histórico, mas tinha uns 50 anos de presença marcante no cenário urbano. Ficava na curva da rua José Jacques, subida para o Floph. Ali funcionou o diretório do PP e também uma unidade da OAB-SC.

A velocidade das demolições no centro de Florianópolis é superior à velocidade das construções. Isso quer dizer, na prática, que a cidade está sendo desconstruída em ritmo chinês: alguns casarões vão ao chão, são cercados por tapumes e ficam assim durante muito tempo. Outros cedem lugar a estacionamentos. Na prática, está surgindo uma nova Florianópolis, desértica de referências. Vamos perdendo aquilo que o professor Paulo Fernando Lago chamou, um dia, de “patrimônio da saudade”.