Trinta anos de amadorismo no turismo

Trinta anos de amadorismo no turismo

Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 03/11/2010)

A pré-temporada, representada pelo feriadão de Finados, já deu o tom do que será a alta temporada, entre dezembro e março: muitos engarrafamentos pela cidade inteira, paciência e mais paciência para chegar às praias, preços exorbitantes, ambulantes agindo sem qualquer repressão e, claro, criminosos de todas as partes chegando à Capital para aproveitar a liberdade reinante.

Empresários do setor turístico – uma imensa cadeia produtiva, que vai da lanchonete da esquina aos resorts internacionais – estão naturalmente preocupados. O marketing oficial vende Florianópolis como destino de qualidade, mas a cidade continua não correspondendo ao que é divulgado no material promocional. Aliás, tem sido assim desde que o turismo se tornou o mote econômico da cidade, no início da década de 1980.

Reféns
Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 02/11/2010)

No último domingo, florianopolitanos e turistas sentiram-se reféns de uma cidade que não tem infraestrutura, planejamento, muito menos autoridades de trânsito. Quem esteve no gigantesco engarrafamento – três horas de tranqueira nas imediações da Via Expressa Sul – sentiu na pele o que é viver na Capital Turística do Mercosul. E não há desculpa plausível para o que ocorreu – nem feriadão, nem dia bonito, nem dia de eleição. A causa da nossa imobilidade urbana é ausência mesmo do poder público.