Barbárie urbana

Barbárie urbana

Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 15/11/2010)

O Notícias do Dia começou a publicar no fim de semana a série “Passagem”, com reportagens sobre a falta de soluções para Florianópolis, uma cidade que caminha definitivamente para a barbárie urbana. Ouço há muito tempo especialistas, autoridades e lideranças empresariais defendendo a formação de uma frente em defesa da Capital, com o objetivo de evitar o colapso completo de um dos paraísos ambientais mais lindos do país. Mas, na prática, nada acontece e seguimos na mesma.

Carência

A mobilidade urbana é um entre tantos problemas que atacam Florianópolis, sem que os dirigentes municipais tenham capacidade de reação. Engarrafamentos poderiam ser reduzidos com providências muito rotineiras, de engenharia de tráfego. Mas a cidade não tem departamento de tráfego. Ou, pelo menos, tem um setor do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) que não funciona a contento.

Interesses

E o que dizer do novo Plano Diretor, que continua em discussão, cinco anos depois que o processo de elaboração foi iniciado? E, pior, o que dizer do Plano Diretor vigente, inteiramente remendado, uma colcha de retalhos que serve apenas a intenções difusas e escabrosas, conforme o jogo de interesses empresariais e politiqueiros?

Salvar o paraíso

Um urbanista ouvido pela coluna observa: “É fato, é definitivo, que a cidade depende de suas próprias forças vivas para continuar sendo o paraíso que parece ser, que é vendido nacional e internacionalmente como destino turístico. A questão é que não basta ser um destino turístico de qualidade. A cidade precisa voltar a ser o que foi e isso depende de ações urgentes, imediatas. Não dá mais para esperar”.