Antevisão do caos no trânsito

Antevisão do caos no trânsito

Editorial do Diário Catarinense (24/11/2010)
No último final de semana, os moradores de Florianópolis e, por uma natural consequência, os da região metropolitana da Capital também enfrentaram, novamente, monumentais engarrafamentos, e tiveram uma prévia da temporada de tormentos no trânsito, que já está à vista. Este será o verão da imobilidade e do desalento. Domingo, a combinação de um dia quente e ensolarado com futebol no Estádio da Ressacada produziu quilométricas filas de veículos na SC-405 e na Avenida Diomício Freitas em direção ao Sul da Ilha de Santa Catarina. A SC-401, que dá acesso aos balneários do Norte, e a BR-101 paralisaram, também. Uma reação em cadeia. Mais uma vez, Florianópolis fez jus aos títulos de capital brasileira com a pior mobilidade e de cidade vice-campeão mundial desta modalidade, perdendo apenas para Pukhet, na Indonésia.
Pouca ou nenhuma atenção os administradores públicos têm dado a este problema, que acelera a degradação da qualidade de vida dos moradores da Capital e seu entorno, e que, no médio prazo, prejudicará o turismo, que é vocação econômica indiscutível da região. Se não for um esforço sincero para equacionar o problema, a situação apenas se agravará até chegar a uma situação-limite. Em Florianópolis, por suas peculiaridades, a urgência é extrema. A maioria das cidades brasileiras de médio e grande porte privilegiou o transporte individual em detrimento de um sistema de transporte de massas econômico, seguro e eficiente. E assim o caos urbano prosperou, e as consequências cobrarão um amargo preço da cidadania. A “paralisia” do final de semana foi apenas uma amostra do pandemônio.