A história da nossa imobilidade

A história da nossa imobilidade

Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 16/11/2010)
Querem ver como a questão da mobilidade urbana não é nova em Florianópolis? E como isso, historicamente, sempre envolveu a ineficiência do poder público? O que está entre aspas, a seguir, são trechos do livro “Santa Catarina – A Terra – O Homem e a Economia”, do falecido professor Paulo Fernando Lago, publicado em 1968. Confiram:
1 – “A circulação cotidiana já começa a sofrer os impactos da expansão urbana, sobretudo porque se tornam difíceis as adequações das avenidas de contorno e o acesso à ilha depende de uma única via, a ponte, até hoje em permanente obra de conserto e complementação”.
2 – “A gravidade do problema é mais do que comodamente se pensa, pois as soluções de conserto, visando ao asfaltamento do passadiço, são parciais e impressionantemente morosas. Florianópolis já possui e sente o impacto do ‘engarrafamento’, e tem limitadas (ou sonhadoras) esperanças de atenuá-lo, pois a parcial solução da ponte terá, em contrapartida, o impetuoso aumento da circulação”.
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Esse trecho do livro do respeitado mestre urbanista, repito, foi publicado há 42 anos. E o que melhorou na cidade, desde então, não foi suficiente para resolver nossos mais graves problemas.
Expectativa
Apesar de todos os problemas – mobilidade urbana, aeroporto deficiente, ausência de transporte marítimo, precariedade viária –, Florianópolis prepara-se para uma temporada grandiosa, com praias e hotéis lotados. Na previsão da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), segundo seu presidente João Eduardo do Amaral Moritz, a rede hoteleira local deve ter um incremento de 10% a 15% no número de reservas para o período de dezembro a março.