02 set Comcap programa colaboração formal ao Revolução dos Baldinhos
A Comcap pretende colaborar, agora formalmente, com o Revolução dos Baldinhos, projeto de compostagem e agricultura urbana implantado pelo Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro) nas comunidades Chico Mendes e Novo Horizonte, no Bairro Monte Cristo, em Florianópolis.
Para isso, o diretor-presidente, Wilson Cancian Lopes, recebeu ontem na Comcap representantes do projeto; nesta quarta-feira, a gerente do Departamento Técnico, Flávia Guimarães Orofino, e o assessor da presidência, Paulo Nunes, acompanharam apresentação dos resultados na comunidade e agendaram novo encontro para semana que vem com o engenheiro agrônomo Marcos José de Abreu, o Marquito, do Cepagro.
A engenheira Flávia informa que a Prefeitura Municipal de Florianópolis, por meio da Secretaria do Continente, está viabilizando o uso de um terreno no bairro para destino e tratamento adequado dos resíduos orgânicos. O local também comportará a ampliação da horta comunitária.
De acordo com Paulo Nunes, a participação da Comcap pode ser dar na operacionalização da coleta do material orgânico. A forma e a frequência do suporte serão definidas em acordo com a comunidade e estabelecidas em convênio ou termo de parceria.
Reconhecimento mundial
O trabalho de recolhimento de restos de comida, de forma a evitar que os ratos tomassem conta do bairro, se transformou numa experiência reconhecida mundialmente. “Agora já posso dizer que é no mundo inteiro, porque vou para a Itália”, diverte-se Rose Helena Oliveira, a Leni, que compõe o grupo de quatro moradores que operam o sistema.
A experiência será apresentada na última semana de outubro em evento do Slow Food Internacional, em Turim, na Itália. De acordo com Marquito, o idealizador do projeto, o grupo vai realizar na ocasião três oficinas: em gestão de resíduos, em agricultura urbana e em produção de rap.
Com Leni, Ana Carolina Conceição, a Carol, Rafael da Cruz, o Iel, e o rapper Mano Maicon, se encarregam de recolher e processar em torno de 10 toneladas de resíduos orgânicos por mês.
Há 83 famílias cadastradas que fornecem os restos de comida e sete unidades de operação entre os Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), áreas de compostagem e de plantio.
Em 19 meses, foram processadas 119 toneladas de orgânicos o que representa uma economia de aproximadamente R$ 19 mil reais nos custos públicos com aterramento de resíduos. Sem contar os ganhos ambientais e sociais.
“Se cada um de nós fizer um pouquinho, já faz uma grande diferença”, ensina Leni, sobre a experiência “revolucionária”. O que, aliás, acabou por provocar na gerente da Comcap, lembranças sobre o Projeto Beija-flor, precursor da coleta seletiva na Capital.
(PMF, 01/09/2010)