09 ago Lixo zero
Artigo escrito por Rodrigo Sabatini, engenheiro (DC, 09/08/2010)
Segundo pesquisa do IBGE, 59% do lixo produzido no Brasil é destinado aos lixões. Os impactos desta alta emissão de dejetos sem reaproveitamento são inúmeros: vão desde prejuízos ambientais a profundos problemas sociais e econômicos. Para reverter este problema, é preciso de algo básico, mas que consiste num desafio para toda a sociedade: educação. Aprendemos a organizar tudo. Em casa, cada talher tem seu lugar apropriado; as escovas de dente ficam perto do creme dental. Se todos se educarem, e começarem a organizar os materiais para descarte e encaminhá-los de forma correta, podemos reverter boa parte deste impacto.
O que diferencia o lixo de um resíduo que pode ser reaproveitado? Lixo é tudo o que é sujo, misturado e feio. Se você limpa embalagens vazias e organiza este material, ele não pode ser considerado lixo, pois não vai emitir mau cheiro nem atrair os roedores e insetos. Desta forma, pode ser enviado para reaproveitamento, de forma limpa e eficiente. O conceito Lixo Zero propõe que cada um aja para diminuir seu impacto sobre o planeta. Em Florianópolis, em Coqueiros, o Espaço Recicle recebe materiais que, muitas vezes, vão para o lixo comum e os encaminha para usinas e fábricas que os utilizam como matéria-prima. São embalagens de papel, plástico, caixas longa vida, latas de alumínio, garrafas e até óleo de cozinha.
Florianópolis gasta R$ 3,5 milhões para enviar o lixo que produz ao aterro sanitário localizado em Biguaçu. Imaginem quando o prefeito puder dizer: “Não precisamos mais gastar com aterro porque não temos mais nada para mandar”. Se o engajamento continuar crescendo no ritmo atual é provável que, em 2030 – data prevista pelo projeto – Florianópolis seja uma “Cidade Lixo Zero”.