02 jul Ressaca em Florianópolis foi pontual
A Diretoria da Defesa Civil de Florianópolis discorda da opinião do geólogo voluntário do mesmo órgão, Rodrigo Sato. Ele denominou as ressacas como efeito dominó nas praias da Ilha de Santa Catarina, causadas pelo molhe da Praia da Armação do Pântano do Sul, como publicado na edição de ontem do Diário Catarinense.
Para a Defesa Civil, o tombamento de casas na Praia do Campeche, no Sul da Ilha, não tem relação com o molhe construído na Praia da Armação do Pântano Sul. O diretor municipal, Máximo Porto Seleme, afirma ainda que a Praia do Moçambique, no Leste, não sofrerá o impacto da erosão na Barra da Lagoa.
Seleme esclarece que a opinião sobre o efeito dominó não é uma conclusão da Defesa Civil.
– É a opinião de um respeitado geólogo, mas não traduz a nossa.
A versão oficial é de que, nas praias da Barra da Lagoa e Campeche, ocorreram ressacas pontuais que não deverão, necessariamente, se repetir.
– Na Barra, a ressaca foi natural e atingiu cinco imóveis que estavam em área de preservação permanente. No Campeche, as casas estão em processo de desmoronamento porque houve a retirada da areia. Elas foram construídas em cima das dunas e impediram que o vento levasse a areia da duna para dentro do mar.
Praia do Moçambique está fora de perigo
O diretor da Defesa Civil afirma que moradores e frequentadores da Praia do Moçambique, no Leste da Ilha de Santa Catarina, não precisam se preocupar com situação do balneário porque o órgão não considera a área de risco. Seleme disse que não existe, até o momento, nenhuma predisposição para que a erosão da Barra da Lagoa se estenda à região.
Os três laudos sobre a Armação, Barra da Lagoa e Campeche elaborados por Sato foram solicitados pela Defesa Civil de Florianópolis, mas não traduzem a opinião do órgão. Nos documentos, não consta que a Praia do Moçambique poderá “adoecer” por causa da construção do molhe da Barra da Lagoa.
De acordo com Seleme, a Defesa Civil prepara estudos amplos sobre a ressaca que atingiu as praias catarinenses. Uma das observações apontadas é de que, no ano passado, foi verificada uma incidência grande de vento sul, o que teria ocasionado uma erosão maior do lado sul da Ilha. Diversos geólogos e oceanógrafos participaram das análises, que devem ser finalizadas os próximos 15 dias.
(Por Francine Cadore, DC, 02/07/2010)