19 jul Estaleiro em Biguaçu: Em busca de trabalho
Funcionário de uma empresa de transportes urbanos em São José dos Pinhais (PR) na década de 1990, Mario Petraski entrou para a montadora Volkswagen há 11 anos, praticamente quando a fábrica se instalou no município. Começou como pintor no chão de fábrica, passou por vários setores e hoje é analista administrativo.
Natural de São José dos Pinhais, Petraski viu a cidade crescer e se desenvolver junto com a evolução que sua própria vida teve a partir da instalação da montadora.
– Eu consegui pagar a minha faculdade, me formei, comprei carro e tenho casa própria – conta.
Mas Petraski diz que, junto com o desenvolvimento, também aumentou a violência e os bolsões de miséria.
– Hoje temos guarda municipal para conter esses problemas. Antes era uma cidade bem mais pacata.
A Volkswagen não foi o primeiro grande empreendimento de São José dos Pinhais. Em 1996, a Renault implantou o chamado Complexo Ayrton Senna, com investimento de US$ 1,35 bilhão em três fábricas e geração de 5 mil empregos diretos.
Em 1999, a Volkswagen/Audi inaugurou sua mais moderna fábrica no município, com investimentos que hoje superam 1 bilhão de euros. Atualmente, junto com Petraski, trabalham 3,5 mil funcionários na Volkswagen, que ainda garante 2 mil postos de trabalho terceirizados.
Os dois complexos propiciaram a instalação de centenas de empresas fornecedoras. Segundo o secretário de Indústria, Comércio e Turismo de São José dos Pinhais, Christian Bundt, a arrecadação teve alto impacto, mesmo com as montadoras operando com isenção de ICMS por 10 anos, benefício renovado recentemente por mais uma década.
Do alto do prédio mais alto da cidade, é possível ver o desenvolvimento. E a zeladora do prédio, Ivone Nunes, de Itapiranga, no Oeste catarinense, conta que a família toda se mudou para São José dos Pinhais.
– Conseguimos criar nossos filhos, temos dois carros e agora vamos comprar nossa casa própria. Conquistamos qualidade de vida – diz.
(DC, 18/07/2010)