13 jul CIC: Teatro Ademir Rosa só no ano que vem
Atraso no cronograma de reforma do Centro Integrado de Cultura, na Capital, compromete o início do projeto para a recuperação do espaço de espetáculos
O Teatro Ademir Rosa não reabrirá suas portas este ano. O principal espaço para espetáculos em Florianópolis, localizado no Centro Integrado de Cultura (CIC), foi fechado há 15 meses, mas as obras de revitalização ainda não começaram. As empresas que participaram do edital de licitação para a restauração do espaço contestaram o processo, abrindo uma nova discussão e tornando uma incógnita a data de conclusão da reforma do teatro.
O Diário Catarinense vem acompanhando o andamento das obras. Desde o início dos trabalhos de restauração do CIC, pelo menos cinco datas para a reabertura total do prédio já foram anunciadas. Nenhuma foi consumada. O primeiro prazo era dezembro do ano passado. Depois, ficou para fevereiro, março, julho e dezembro deste ano.
– O problema do teatro está fora do meu alcance resolver. Envolve questões legais. É preciso esperar a decisão do jurídico – diz o presidente da FCC, Ubiratan Alencastro, que está no cargo há dois meses.
Otimista, Alencastro faz planos para reabrir parcialmente o CIC. Segundo ele, no final de setembro, a sala de Cinema (cujas obras também não começaram) já poderia voltar a funcionar dentro de dois meses.
– Também estará concluído o hall de entrada e a Sala Lindolf Bell será reaberta com uma grande exposição – diz o presidente.
O planejamento de Alencastro prevê ainda uma grande exposição, possivelmente para o dia 10 de dezembro, para marcar a volta do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc).
Até agora, as obras de recuperação do CIC consumiram R$ 8 milhões – R$ 6,5 milhões previstos no edital e R$ 1,5 milhão aditados por conta da descoberta de problemas estruturais.
A explicação oficial para o atraso no término da obra é o mau tempo. O longo período de chuvas registrado em julho do ano passado teria protelado o trabalho de recuperação do teto. Sem a colocação da camada protetora para impedir goteiras e infiltrações não foi possível começar os reparos internos. Só depois de concluída a reforma na cobertura do CIC foi iniciada a renovação total da rede de energia e ar-condicionado, do piso, a implantação da rede de esgoto, a recuperação das paredes e a instalação de aberturas.
O CIC está dividido entre a ala sul e norte. Na ala sul estão localizados o Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), as oficinas, os camarins e o teatro. Pode-se dizer que a parte sul está mais adiantada. Todas as obras do Masc estão concluídas. Paredes foram derrubadas, o local recebeu uma cúpula de vidro – que dá mais luminosidade ao salão –, o sistema de ar-condicionado está instalado e a rede elétrica foi refeita com novos pontos de luz. O piso foi todo revitalizado.
Também foi construído o cofre, onde ficará parte do acervo do Masc, que ainda não reabriu. O espaço ainda está ocupado pela direção e setores administrativos da FCC, que deverão ser deslocados para a ala norte, fechada por dois meses para receber a Casacor, mostra de design e decoração realizada entre os dias 20 de março a 27 de abril deste ano.
As oficinas, banheiros e os camarins estão em fase de acabamento, com a colocação de esquadrias, gesso no teto, azulejos nos banheiros.
– As esquadrias chegaram e, em 15 dias, devem estar instaladas. Os jardins internos também estão sendo concluídos – diz Halley Filipouski, gerente de patrimônio da FCC.
Em fevereiro, quando foi anunciada a realização da Casacor, no CIC, a então presidente da FCC, Anita Pires, garantiu que o prédio teria ganhos ao final da mostra. Pelo acordo, o espaço foi cedido em troca de algumas obras definitivas, entre elas a Sala Lindolf Bell, que está concluída.
Da mostra também ficou um banheiro e muito piso para ser quebrado. A passos lentos, a ala norte vai tomando sua forma. A primeira etapa do trabalho foi a retirada de pisos e revestimentos nas paredes. Os operários preparam a colocação de lajotas de basalto, no espaço onde ficará administração da FCC.
Além disso, está concluído o espaço que vai abrigar o Museu da Imagem e do Som (MIS), que só volta a funcionar quando a sala de informática, estiver implantada.
(DC, 13/07/2010)