Obra no Trevo da Seta avança, casas permanecem

Obra no Trevo da Seta avança, casas permanecem

Três famílias ainda aguardam indenização para deixar terrenos onde elevado está sendo construído, no Sul da Ilha
Cada dia é encarado como um a menos na casa onde nasceram o comerciante Elson Manoel Pereira, 53 anos, e os seus quatro irmãos. A mãe dele, que tem 85 anos, mora na casa há 62. E não venderia o imóvel por nenhum dinheiro deste mundo. Mas, a qualquer momento, a família terá que deixar o local.
A casa fica em cima de um dos cinco terrenos que estão sendo desapropriados para a construção do elevado do Trevo da Seta.
– Vai ser bom para o trânsito? Vai, claro que vai. Mas pra gente é doído sair desse lugar, que é o melhor do mundo para morar. Não pelo valor comercial, mas pelo que a gente vive.
Assim que a família receber a indenização, terá pouco mais de um mês para deixar o imóvel. Elson ainda não sabe quando o pagamento será feito, mas já foi informado que terá de abandonar a casa imediatamente.
Enquanto isso, a cabeça dele e da mãe trabalham com cada martelada da obra. A construção está quase passando por cima do imóvel. Não é possível nem mais abrir a janela.
Situação parecida vive o primo dele, Renaldo Nelson Pereira, 51 anos, que mora a poucos metros. As flores plantadas, os materiais de construção escolhidos para erguer a casa. Renaldo sabe que restará pouco ou quase nada do que ainda está inteiro.
A expectativa da Secretaria de Obras de Florianópolis é que o elevado seja concluído até o fim do ano, para desafogar o trânsito no Sul da Ilha, principalmente em horários de pico. O secretário de Obras, Luiz Américo de Medeiros, explica que os terrenos foram desapropriados de forma administrativa – sem que fosse necessário mover ações judiciais.
Dois dos três imóveis já foram desapropriados e estão sendo desocupados. Quanto ao prazo para o pagamento, o secretário disse que não saberia precisar quando isso aconteçerá, mas garantiu que será “em breve”. Outros 18 terrenos terão parte desapropriada, mas sem demolições.
Como vai ser
A obra é apontada como uma das principais soluções para o problema de engarrafamento na Via Expressa Sul
Os acessos para o Aeroporto Hercílio Luz, Bairro Carianos e Estádio da Ressacada serão feitos sempre por baixo
145 metros é a extensão
18,6 metros de largura, com duas faixas em cada sentido
R$ 16 milhões é o custo total 23 casas na região, foram desapropriadas 3 ainda ainda aguardam o dinheiro da desapropriação
(Por Bianca Backes, DC, 27/06/2010)