Emissário submarino

Emissário submarino

Artigo escrito por Walmor Paulo de Luca, Diretor presidente da Casan (DC, 12/06/2010)

Em recente evento esportivo internacional ligado ao surfe e que teve uma disputa aqui, em Florianópolis, mais precisamente na Praia Mole, uma ONG denominada Movimento Saneamento Alternativo (Mosal), aproveitando o público que prestigiava as provas, distribuiu panfletos denegrindo a imagem da Casan para o que eles consideram um despropósito. Em que pese o uso indevido do logotipo da empresa, algo a que a nossa Diretoria Jurídica dará o encaminhamento que o caso requer, causou-nos estranheza o desconhecimento dos signatários sobre o funcionamento dos emissários submarinos. A utilização desse dispositivo remonta aos primórdios do século 20, e consiste de uma tubulação, com espessura variada, empregada para o lançamento de esgotos sanitários no mar, valendo-se da grande capacidade de autodepuração das águas marinhas que promovem a sua diluição, dispersão e a decantação de cargas poluentes a elas lançadas.

A água salgada e a luz solar agem sobre o que se chama “pluma de dispersão” porque as bactérias sobrevivem em placas de gordura e morrem em menos de 24 horas. O lançamento de esgotos por emissário submarino constitui um tratamento adequado. Mas, no caso do Campeche, em Florianópolis, a Casan ainda vai fazer o tratamento secundário e terciário antes do lançamento a três quilômetros de distância e a uma profundidade de 17 metros. Vale lembrar que a emissão de dejetos líquidos no ambiente foi regulamentada pelo Protocolo de Anápolis. Em Laguna, um emissário funciona há mais de 10 anos sem causar quaisquer problemas de balneabilidade.

No Brasil existem algumas dezenas de emissários submarinos em funcionamento. Destacamos os de Ipanema e Barra da Tijuca, no Rio, os de Fortaleza, Maceió, Salvador, Vitória e, agora, Florianópolis, que chega, finalmente, onde o Rio de Janeiro e outras capitais já estão há muito tempo.