Dário, finalmente, fala

Dário, finalmente, fala

Da coluna Visor, por Rafael Martini (DC, 13/06/2010)

O prefeito Dário Berger tem evitado eventos e inaugurações. À boca pequena, especulam que ele estaria meio sumido. Dário nega. Diz que dedica boa parte do seu tempo aos despachos no gabinete e às reuniões com advogados. A orientação dos assessores jurídicos é para manter a boca fechada. Mas ele aceitou falar ao Visor nesta sexta-feira. Admite até o desgaste, só que garante seguir trabalhando e tocando os assuntos de interesse da cidade.

Visor – Como o senhor se sente, prefeito?

Dário Berger – Por que a pergunta? Não estou mal e nem em depressão profunda. Sigo trabalhando normalmente. Este não é o primeiro e nem será o último problema que vou enfrentar.

Visor – O senhor sofreu a derrota nas prévias do PMDB, enfrenta a ameaça de perda de mandato pelo TSE e o bloqueio dos seus bens no caso Bocelli. Está nadando contra a maré?

Dário – Gostaria de me dedicar mais os problemas da cidade, só que, hoje, 50% do meu tempo é para os advogados. Mas a maré está pra peixe, sim. Acabamos de definir o novo calendário de reuniões do Plano Diretor, estamos fazendo uma reforma administrativa para reduzir os gastos e investindo na recuperação das regiões atingidas pelos fenômenos climáticos. E vem mais, por aí.

Visor – O senhor teme ser cassado pelo TSE sob a acusação de ser um prefeito itinerante?

Dário – Não nasci prefeito e não vou morrer prefeito. O que questiono é a demora de cinco anos e meio e duas eleições vitoriosas para depois ser processado. Não tenho apego ao cargo, mas gasto mais do que ganho só com os advogados. A vida é feita de momentos difíceis. Às vezes a gente cansa um pouco, mas acaba superando…