09 jun Criminalidade é tema de audiência pública no norte da capital
A necessidade de implementação de medidas de segurança para conter a criminalidade no norte da Ilha de Santa Catarina foi tema de audiência pública na noite de ontem (8/6), na praia de Ingleses. A promoção foi da Comissão de Segurança Pública da Assembleia, por solicitação dos deputados Edison Andrino (PMDB), que presidiu a reunião, Angela Albino (PCdoB) e Cesar Souza Júnior (DEM). Além de representantes das polícias Civil e Militar e de moradores das praias de Canasvieiras, Ponta das Canas e Santinho, também compareceram os presidentes dos Conselhos de Segurança (Conseg) dessas comunidades e representantes dos setores lojista, hoteleiro, bares e restaurantes.
De acordo com Andrino, o pedido de audiência pública partiu dos Conselhos de Segurança do Norte da Ilha, que relataram as dificuldades da região, que tem um dos maiores problemas de segurança em Santa Catarina devido ao crescimento desorganizado. Lamentou a ausência no encontro de representantes da prefeitura e afirmou que o problema de segurança é muito sério para os moradores permanentes, sendo que os maiores casos de violência acontecem fora da temporada de verão, como assaltos e estupros, causados na maioria dos casos pelo uso de drogas.
Angela Albino mencionou uma palestra que Rodolfo Giuliani, ex-prefeito de Nova Iorque, fez em Florianópolis meses atrás, e da experiência daquela cidade americana, que reduziu drasticamente os índices de criminalidade a partir da teoria da vidraça estilhaçada, segundo a qual quem não cuida do pequeno delito será obrigado a lidar com o grande delito. Angela complementou dizendo que Florianópolis tem vivenciado um grande desapego à legalidade e citou que, todos os dias, 15 pessoas vêm morar na capital, muitas em condições precárias.
Segundo Jorge Luiz Goerck, presidente do Conseg de Ingleses e Santinho, os índices de violência em Florianópolis e principalmente nessas comunidades são extremamente preocupantes. “De 2008 a 2009, furtos e roubos a comerciantes aumentaram 84%. Além disso, o índice de homicídios em Florianópolis é de 14 mortes para cada 100 mil habitantes, superior ao de São Paulo, que é de 11 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes”.
A falta de policiamento no Norte da Ilha foi outro problema apontado por Sebastião dos Santos, presidente do Conseg de Canasvieiras. Santos argumentou a necessidade de policiamento ostensivo e de maior investigação policial. “Há problemas na Polícia Civil, principalmente na área de investigação, pois só se investiga latrocínio, mas não se faz nada com relação aos crimes que não chegam às vias de fato, e isso acontece justamente por falta de efetivo”, declarou.
Em seguida, o delegado Nivaldo Claudino Rodrigues, representante do delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, disse que a preocupação com segurança é procedente e informou que no final do ano serão formados mais de 200 policiais civis e que há previsão de concurso público para o ingresso de mil policiais civis.
Ao encerrar o encontro, Andrino destacou a necessidade de unir esforços em busca de soluções para a falta de segurança no Norte da Ilha de Santa Catarina. “A partir dos depoimentos e dos problemas levantados neste encontro, estaremos empenhados na busca conjunta de soluções para combater a criminalidade”, afirmou.
(Por Rose Mary Paz Padilha Ferreira, Alesc, 09/06/2010).