Memória: abertos Instituto Carl Hoepcke e Centro Cultural

Memória: abertos Instituto Carl Hoepcke e Centro Cultural

Uma grande propriedade na Avenida Trompowsky, em Florianópolis, começou a ser habitada numa época em que a baía norte da Ilha era praticamente uma área rural. A região atraiu à época alguns dos imigrantes alemães e seus descendentes, que começavam nova vida em Santa Catarina. Tornou-se referência para a economia do Estado, ao abrigar a residência do empresário Carlos Hoepcke, e posteriormente para a política, quando recebeu a morada do ex-governador Aderbal Ramos da Silva.

Esta última será aberta hoje, pela primeira vez ao público, na condição de sede do Instituto Carl Hoepcke e Centro Cultural Ruth Hoepcke da Silva. A noite encerra o cornograma de atividades do instituto em comemoração dos 180 anos da imigração alemã em Santa Catarina. Na ocasião, o instituto também relança a obra Gedenkbuch zur Jahrhundertfeier Deutscher Einwanderung im Staate Santa Catharina.

Editado originalmente em 1929, por ocasião do centenário da imigração alemã, o livro agora reaparece em edição traduzida. A iniciativa é das irmãs Annita e Silvia Hoepcke da Silva, respectivamente presidente e vice-presidente do instituto. Hoje também é a data de nascimento de sua mãe, Ruth Hoepcke da Silva (neta de Carl Hoepcke), falecida em 2007.

A tradução de Gedenkbuch foi realizada dentro de um projeto de extensão na UFSC, pautada em estudos voltados ao contexto do texto original, buscando-se resgatar valores e marcas culturais da época. A equipe que fez a tradução da obra foi composta por Meta Elisabeth Zipser, Luciane Reiter Fröhlich, Karin G. Pessoa e Monica Funfgelt.

Obra pioneira traz registros inéditos

Editado em Florianópolis por Alberto Entres & Irmão em 1929, Gedenkbuch zur Jahrhundertfeier Deutscher Einwanderung im Staate Santa Catharina registra fatos inéditos da história desta importante corrente migratória, escrito por filhos e netos dos pioneiros. Os fatos são relatados com a emoção de quem conviveu com protagonistas ou presenciou o desenvolvimento da história.

A histórica publicação foi organizada por Gottfried Entres, com artigos de colaboradores destacados na pesquisa e no registro da história inicial da colonização, não só da Grande Florianópolis, mas também do Norte do Estado e do Vale do Itajaí. Entre eles, estão o agrimensor e historiador José Deeke, Frei Stanislau Schätte, Marcos Konder, Padre Geraldo José Pauwels e Wolfgang Ammon.

Fritz Kasparek auxiliou na redação final. Karl Holswarth, professor da escola alemã da Capital, também teve contribuição importante, auxiliando a revisão da obra.

(DC, 11/05/2010)