18 maio Dia Internacional dos Museus: Experiência compartilhada
Atividades culturais que pretendem atrair atenção das comunidades marcam o Dia Internacional dos Museus, em Florianópolis e Joinville
Como fazer com que o museu deixe de ser um prédio e passe a fazer parte do cotidiano da comunidade? Este é o tema que dirigentes das instituições brasileiras estão debatendo hoje, Dia Internacional dos Museus. Em Florianópolis, o Museu Victor Meirelles e o Museu Histórico de Santa Catarina prepararam oficinas e palestras para aproximar os jovens das instituições que resguardam o patrimônio da humanidade.
As atividades propõem este ano debate em torno do tema Museus para a Harmonia Social. A programação do Victor Meirelles foi elaborada com base no conceito da partilha sensível, do pensador francês Jacques Rancière, em livro homônimo. O desafio é proporcionar uma nova distribuição dos saberes e ocupações na vida contemporânea.
O primeiro desafio da agenda cultural foi definir as atividades que quebrassem a resistência dos jovens que, por desconhecerem o museu, acabam enxergando a instituição apenas como um prédio.
– Pensamos em uma programação com oficinas de grafite que estão fora do circuito “oficial” das artes mas ajudam a aproximar diferentes públicos do museu.
A programação do museu buscará dialogar sujeitos e grupos provindos de diversas realidades: do universo dos grafiteiros, de grupos escolares, da Associação em Defesa dos Direitos dos Homossexuais e também do Grupo de Danças Ciganas Opré Romale – observa o coordenador da agenda cultural do Museu Victor Meirelles, Fernando Boppré.
O Museu Histórico de Santa Catarina promove um debate com a curadora Hetty Van Der Linden e artistas expositores da mostra Paint a Future (Pintar um Futuro), que desde 2003 rompe barreiras sociais e geográficas. A exposição coletiva reúne artistas de diversas nacionalidades num único propósito: promover o bem-estar de crianças carentes ao redor do mundo, levando a arte na concretização dos sonhos dessas crianças.
No projeto de Hetty as crianças desenham seus sonhos e os artistas convidados criam obras a partir desses desenhos. O artista e o comprador da obra tornam-se realizadores de sonhos, já que a renda de cada quadro vendido, é revertida integralmente em benefício para a criança da qual a obra se originou.
A temática Museus para Harmonia Social, destaca o papel do museu como uma instituição conectada ao mundo contemporâneo e interessada na vida social, política e econômica da sociedade em que está inserida. Estimula ainda a discussão, a reflexão e a prática do respeito e da valorização das diversidades e diferenças.
Serviço
> Hoje e amanhã – oficinas de inclusão socioeducativa para a comunidade da Grande Florianópolis, na Escola Itati (comunidade Mbyá-Guarani, localizada no Morro dos Cavalos, Palhoça), na Escola Lucia Livramento Mayvorne (bairro Monte Serrat, Florianópolis), na Escola Simão José Hess (Bairro Santa Mônica, Florianópolis), na Associação em Defesa dos Direitos dos Homossexuais da Grande Florianópolis (ADEH – Nuestro Mundo)
> Hoje, às 14h – conversas no Museu, com a curadora Hetty Van Der Linden e artistas expositores da mostra Paint a Future (Pintar um Futuro), no Museu Histórico de Santa Catarina
Hoje e amanhã, das 18h30min às 22h – oficina de grafite, com Zezão, no Museu Victor Meirelles
> Dia 20, às 14h -grafitagem no Centro de Florianópolis, com Tim Tchais e Zezão
> Dia 22, às 10h – Apresentação de espetáculo teatral Um Sábado, Uma Obra, Muitas Histórias, especialmente idealizado para o Museu Victor Meirelles, com direção e atuação de Leon de Paula.
11h30min – Grupo Domínio Cigano
Apresentação de dança cigana no Largo Victor Meirelles
(DC, 18/05/2010)