09 abr Mobilidade urbana é hoje um dos maiores problemas no Sul da Ilha
Mais que segurança, saneamento e de vagas nos núcleos de educação infantil, a mobilidade urbana é atualmente uma das maiores preocupações das comunidades do Sul da Ilha de Santa Catarina. As dificuldades para locomoção até o Centro e vice-versa, ou mesmo entre bairros e distritos, de ônibus, automóvel ou bicicleta, foram insistentemente manifestadas pelas mais diversas lideranças sociais e comunitárias durante a sessão extraordinária que a Câmara de Vereadores fez na noite de ontem (07/04) no Conselho Comunitário da Fazenda Rio Tavares, em Rio Tavares.
A sessão fez parte do projeto Câmara na Comunidade, que já aconteceu no Norte, Leste e Continente de Florianópolis e que ontem foi levado ao Sul da Ilha de Santa Catarina. A próxima sessão extraordinária, sem data agendada ainda, envolverá o Centro com Bacia do Itacorobi. O objetivo do projeto é levar a ação legislativa à população, colher suas reivindicações e transformá-las em indicações, que imediatamente são levadas ao Executivo para atendimento.
Na sessão extraordinária manifestaram-se da tribuna 24 pessoas, dentre elas lideres comunitários, de clubes de amigos, de prática de esportes, de moradores, conselhos de segurança e de serviços, dentre outros. Ao todo apresentaram 58 requerimentos, todos contendo reivindicações aos poderes públicos municipal, estadual e federal. Oito dos oradores fizeram menção, direta e indireta, à mobilidade urbana, justificando que os problemas de transito, cada vez piores, estão afetando seu cotidiano e sua qualidade de vida. Entre as soluções apresentadas estão a construção de uma terceira pista da SC 405 ou mesmo a duplicação de uma parte do trecho da que é a principal via de tráfego em toda região sul da Ilha. Outras saídas que poderiam ajudar, argumentaram os oradores, podem ser a construção do elevado junto ao trevo da Seta e a ativação do transporte marítimo.
Outros anseios de igual dimensão foram apresentados, como planos de saneamento básico para diversas comunidades; abertura de novas vagas nos núcleos de educação infantil, já que em todos os estabelecimentos visitados durante o dia pela comitiva de vereadores constatou-se e existência de filas de inscritos aguardando oportunidade de matricula; e criação de espaços públicos para recreação e esportes. Houve reclamações quanto à redução das áreas já existentes para lazer.
Ainda quanto a pleitos de amplo interesse coletivo, lideres comunitários querem que no Plano Diretor Participativo se evite a verticalização das construções nas praias e que todas as grandes questões que ele envolve sejam apreciadas com critério, sempre ouvindo as comunidades diretamente afetadas. Entre outras questões que preocupam a população do sul da Ilha está a redução em quase dois terços do efetivo e de veículos da Policia Militar e a reduzida presença da Guarda Municipal. No transporte coletivo a reclamação maior é quanto a lotação dos ônibus, muito acima do limite estabelecido. Quatro oradores fizeram um apelo para construção de um novo cemitério na região, já que os atuais estão lotados.
O Projeto Câmara na Comunidade, como nas edições anteriores, se desenrola durante um dia, todo ele ocupado com visitas a creches, escolas, centros de saúde e outras instalações do município. No empreendido no Sul da Ilha, o roteiro iniciou pelo Núcleo de Educação Infantil da Costeira, quando também os vereadores visitaram o terreno onde será construída a futura sede do núcleo. A visita seguinte foi à Escola Básica Adotiva Liberato Valentim, na Costeira do Pirajubaé.
No caminho em direção ao extremo-sul da Ilha, os vereadores pararam para vistoriar as obras de construção do elevado do Trevo da Seta. Segundo o engenheiro responsável pela obra, Humberto Bastos, serão dois elevados, com duas pistas cada um (sendo um de ida para o bairro e outro para o Centro), com capacidade para a circulação de 6 mil veículos por dia. Bastos disse aos vereadores que se não houver atraso na desapropriação das residências já mapeadas, o elevado estará pronto em final de setembro.
No Carianos, os parlamentares visitaram a Creche Zilda Arns, recém-inaugurada. Sua direção requisitou a atenção dos vereadores para a necessidade de banheiros nas salas de aula destinadas às crianças menores, e a instalação de um porteiro eletrônico para a unidade escolar. No Rio Tavares, os vereadores visitaram a Unidade de Pronto Atendimento e a Policlínica do Sul da Ilha. Inaugurada em 2008 e com 17 especialidades médicas, a Policlínica atende 2.150 pessoas por mês. Já a UPA, integrada à rede SAMU, atendeu 163.731 pessoas desde sua inauguração.
Seguindo pela SC-405, os vereadores passaram pelo terreno onde será construída a nova creche de Areias do Campeche. A parada seguinte foi na escola básica José Amaro Cordeiro, no Morro das Pedras. Nesse local até setembro será entregue a nova escola que está sendo construída no terreno ao lado, ampliando o atendimento para mais 500 vagas, com mais 7 novas salas de aula. Na Armação foi entregue o projeto da cobertura da quadra de esportes da escola básica Dilma Lúcia dos Santos. Ao lado, os parlamentares municipais visitaram também o Centro de Saúde Armação, que atende 300 pessoas por dia.
À tarde, os vereadores visitaram o Centro de Saúde e o Núcleo de Educação Infantil, ambos na Caieira da Barra do Sul. Na localidade do Ribeirão da Ilha, a visita foi à Creche Caetana Marcelina Dias e à Escola Básica Batista Pereira. A última visita do roteiro foi na creche Anna Spyros Dimatos, na Tapera. Nessas visitas a comitiva de vereadores ouviu uma reivindicação quase que unânime, no sentido de que o Executivo Municipal adote medidas urgentes visando a ampliação da oferta de vagas na educação infantil, principalmente para crianças até cinco anos. Há fila de espera em todas as unidades infantis de ensino. Uma manifestação positiva foi em relação a alimentação escolar, considerada diversificada, de qualidade e com regularidade no fornecimento.
(CMF, 08/04/2010 )