Legião de animais abandonados divide espaço com recicladores

Legião de animais abandonados divide espaço com recicladores

Em uma reciclagem a caminho do Sul da Ilha, em Florianópolis, dezenas de gatos caminham entre amontoados de lixo em cinco galpões de madeira. São 40 gatos e três cachorros que não estão lá por acaso: todos foram abandonados.

Assim, há 15 anos, a reciclagem, que deveria abrigar só lixo, virou também um depósito de bicho. Mamães com dezenas de filhotinhos e até animais de raça, como cães “linguicinha” e gatos siameses e persas são deixados por lá como se fossem o que deveria estar lá: lixo.

Todos os que chegam são acolhidos. Mas a situação está ficando fora de controle. A ponto de o endereço não ser divulgado, para não ensinar a outros donos o caminho da irresponsabilidade. Juntos, eles comem entre um e 1,5 quilo de ração por dia. Os recicladores dependem da doação de pessoas que se sensibilizam com a história, em geral, voluntários de entidades protetoras dos animais, para comprar tanta comida. Uma delas, Maura Vinci, visita o local pelo menos duas vezes por semana. É ela quem leva os animais para atendimento veterinário: todos são castrados e acompanhados pela prefeitura ou por clínicas especializadas:

– Precisamos de ajuda. A atitude desses trabalhadores, evitando que os animais fiquem pelas ruas, é magnífica, mas eles não podem fazer milagre. Também precisamos de voluntários que venham servir ração quando não podemos.

(Por Samia Frantz, DC, 04/03/2010)