Imobilidade na discussão do anel viário da BR-101

Imobilidade na discussão do anel viário da BR-101

Comissão de Transportes encaminhará para Brasília debate do anel viário no entorno da Grande Florianópolis

A audiência pública para discutir o início das obras do anel viário entre Biguaçu e Palhoça, promovida pela Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano, da Assembleia Legislativa, ficou comprometida pela ausência, justificada, dos representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da detentora da concessão da obra, a Autopista Litoral Sul, do Grupo OHL Brasil. De acordo com o presidente da comissão, deputado Reno Caramori (PP), o encontro de hoje (29) tinha como objetivo informar a população catarinense sobre o andamento da obra. “As duas principais entidades que nós queríamos escutar não compareceram. Não queremos uma solução imediata, mas informações para esclarecer nossa gente sobre qual a real situação dessa obra”, explicou.

Sem a presença de alguém que falasse pela ANTT e pela Autopista Litoral Sul, ficou acordado entre os parlamentares presentes e os demais participantes o envio de uma Moção ao Fórum Parlamentar Catarinense, em Brasília, solicitando audiência com os responsáveis e todos os interessados. A sugestão do deputado Edison Andrino (PMDB) foi prontamente acatada e vista como a única solução político-administrativa.

A construção de 47 quilômetros de rodovia inicia no Km-175 da BR-101, junto à ponte do rio Inferninho, na divisa entre Biguaçu e Tijucas, e segue até o posto de pedágio de Palhoça, no rio Cubatão, Km-221. A finalidade da obra, prevista no projeto de duplicação da rodovia, é desafogar o trânsito pesado da BR-101 e está.

Decepção

As manifestações foram unânimes e o sentimento era o mesmo: decepção. Os deputados Reno, Andrino e Renato Hinnig (PMDB) consideraram lamentável o esvaziamento da audiência proposta para iniciar uma tratativa para o problema que atinge todos os usuários do trecho. “Fico muito triste, pois enquanto tivermos a ausência dos responsáveis, o desenvolvimento da nossa região ficará comprometido. Lamentamos as ausências justificadas, mas somos obrigados a aceitá-las”, acrescentou Caramori.

Conforme Andrino, a implantação do anel é de fundamental importância para desafogar o trânsito pesado em aproximadamente 30%. “Isso vai ser essencial para melhorar o tráfego em toda Grande Florianópolis”, argumentou. Ele declarou que os técnicos da ANTT e da Autopista Litoral Sul poderiam fazer um contraponto na discussão. Para Hinnig, o trabalho da Comissão de Transportes não deve ser atingido pelas faltas ou mesmo pelo “descaso”. “O esvaziamento desta reunião tem que servir de combustível para a continuidade do processo.”

O presidente da Federação da Empresas de Transportes de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Pedro Lopes, usou o espaço para reforçar a importância do encaminhamento de hoje. “Neste momento, nossas manifestações e ações precisam ser objetivas. Vejo de forma muito positiva a sugestão do deputado Andrino, pois essa questão vai ser resolvida em Brasília”, afirmou.

(Por Andreza Matos de Souza, Alesc, 29/03/2010)

Da coluna de Carlos Damião (ND, 30/03/2010)

Prefeitos de Florianópolis, Palhoça e São José não apareceram na audiência sobre o anel viário da BR-101, ontem, na Assembleia. José Castelo Deschamps, de Biguaçu, foi o único prefeito presente. A concessionária OHL também desprezou o encontro.