19 mar A Floripa que inova
Por Rodrigo Lossio, do blog TISC (18/03/2010)
Recentemente fizemos aqui no TI Santa Catarina uma série que analisou 14 aspectos vencedores da experiência do Vale do Silício americano, comparando com Florianópolis. Ali evidenciamos diversas potencialidades de Floripa no contexto de inovação.
Mais fatos e dados tem destacado Florianópolis, a ponto de lançar a marca Capital da Inovação. Atualmente somente a capital catarinense, sem contar a região metropolitana, possui mais de 500 empresas de base tecnológica que, juntas, faturaram em 2009 cerca de R$ 1,2 bilhões, empregando mais de 5 mil pessoas. A cidade possui ainda quatro fundos de capital de risco e semente, dez centros e institutos de pesquisa e desenvolvimento e 15 centros universitários.
A Newsweek considerou em 2006 Florianópolis uma das dez cidades mais dinâmicas do mundo. Há anos a revista Você S/A tem lembrado o município como um dos melhores para se trabalhar e a Exame como uma das melhores cidades para se fazer negócios em todo o país. A Fundação Getúlio Vargas a destacou como a primeira capital do país em Inclusão Digital e a ONU como a capital brasileira com melhor qualidade de vida. Sem contar as menções da britânica BBC e do italiano Corriere della Sera como o provável Vale do Silício na América do Sul.
Celta e MIDI Tecnológico receberam prêmios nacionais de empreendedorismo inovador como melhores incubadoras do país e diversas empresas florianopolitanas já foram premiadas pela principal premiação nacional a iniciativas inovadoras: o Prêmio FINEP de Inovação.
Outra pesquisa inédita que, inclusive, será apresentada durante o lançamento da marca Capital da Inovação, mostra o impacto da inovação nas empresas catarinenses a partir da experiência do programa Juro Zero, da FINEP, no Estado. As companhias da Capital foram as grandes destaques no programa, responsáveis por 58% dos projetos aprovados. O Juro Zero é operado nacionalmente por meio de uma linha de financiamento voltada para o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores.
No estado, na primeira fase do programa foram 31 projetos inovadores aprovados, num montante total de R$ 17 milhões em financiamentos. O faturamento médio das empresas aumentou em média 50% no período de execução do projeto, após a tomada do crédito. A exportação de produtos e serviços também foi destaque entre as empresas participantes, com crescimento de 101%.
Fora da esfera tecnológica, a maricultura surge como umas das principais inovações de Florianópolis, criada por meio de uma tecnologia desenvolvida no âmbito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Em áreas como turismo e mobilidade urbana, por exemplo, fica evidente que Florianópolis ainda tem um logo caminho para percorrer, na promoção de ações e projetos inovadores. As iniciativas são isoladas, com algumas exceções, como foi, por exemplo, a ideia de se oferecer e comercializar em Jurerê Internacional espumante aos turistas que frequentavam um dos balneários mais badalados do país.
Quem sabe o lançamento da marca Capital da Inovação não estimule estes segmentos a buscarem cada vez mais diferenciação e inovação? Fica a provocação (e o desafio).