13 jan Procure bem a praia antes de entrar no mar
Relatório da Fatma indica que, nos últimos sete anos, 44 pontos apresentam alto grau de poluição
A Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) divulgou ontem um balanço dos últimos sete anos dos relatórios que indica os pontos próprios e impróprios para banho no Litoral de Santa Catarina. O que chama a atenção no levantamento é que 44 pontos apresentaram impropriedade em pelo menos 50% das vezes em que foram analisados em todo o período, o que revela o alto grau de poluição destes locais.
Destes 44 locais, 24 nunca estiveram em condições para banho no período que compreende 1º de novembro de 2002 até 11 de dezembro de 2009. A maioria fica em Florianópolis, sendo as praias do Continente e a Lagoa da Conceição os campeões da lista. Murilo Flores, presidente da Fatma, destaca que a estabilidade da poluição nestes pontos é reveladora. Isto porque é muito comum as análises variarem de uma coleta para outra, em função de fatores como uma chuva forte ou alta concentração populacional, que podem alavancar o índice de poluição.
– Mas se nestes 24 pontos a análise quase sempre registra águas impróprias é porque a situação é grave e constante – afirma.
A análise da Fatma se concentra em 193 pontos de 27 cidades do litoral. São locais em que há risco de haver contaminação pela bactéria escherichia coli (presente nas fezes de animais e homens), como encontro de rios com o mar ou onde há urbanização. A presença da bactéria é forte indício de que o local recebe esgoto sanitário. A água contaminada pode provocar doenças como verminoses, gastroenterite, doenças de pele, hepatite, cólera e febre tifoide.
Crescimento populacional como uma das causa da poluição
O balanço da Fatma, no entanto, não leva em conta os relatórios de após 11 de dezembro, que trouxeram dois dados considerados surpreendentes pelos técnicos do órgão. A região do trapiche de transporte da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, que sempre esteve impróprio, está próprio nas últimas cinco coletas. Já o ponto em frente ao posto guarda-vidas, na Praia de Palmas, em Governador Celso Ramos, onde, historicamente, se pode nadar, agora está poluído.
Segundo Thiago Monteiro, gerente de Vigilância Sanitária e Ambiental de Florianópolis, a partir de novembro, a prefeitura intensificou a fiscalização no trecho da Lagoa, em função dos relatórios de balneabilidade. No caso de Palmas, o crescimento da urbanização no local é apontado pela Fatma como um das possíveis motivos da poluição.
(DC, 13/01/2010)