04 jan Para evitar torneira seca, muita economia
Turistas e moradores enfrentam problemas no Norte da Ilha, Florianópolis
A escassez de água incomoda moradores e turistas no Norte da Ilha, em Florianópolis. Economia é a palavra de ordem.
No restaurante Pescador Lobo, na Praia do Forte, o abastecimento voltou, mas só durante a madrugada de quinta-feira. Ontem à tarde, o volume armazenado na caixa d’água já havia acabado. Cleusa Machado, filha do proprietário, disse que começou a faltar água na terça-feira. Na quinta de madrugada, o serviço foi restabelecido temporariamente, o que deu para encher a caixa de 7 mil litros.
– Hoje à tarde (ontem) já acabou. Temos que economizar e nos virar. Estamos pegando água emprestada dos vizinhos – disse ela.
Como o problema acontece todos os anos nesta época, moradores já costumam tomar medidas preventivas. No Condomínio Ilha Deserta, em Canasvieiras, para que não falte água nos 42 apartamentos, os chuveiros externos estão desligados, assim como a torneira que regava as plantas.
– Sempre houve estes problemas. Mas tem cada vez mais casas, mais prédios, tudo piora. O governo só se preocupa em atrair turistas, sem se preocupar com obras – opinou o zelador do condomínio Vanderlei Hart.
Na Cachoeira do Bom Jesus, na casa da professora Gisele Cristine Corrêa, a situação permanece a mesma mostrada pelo DC na edição conjunta de quarta e quinta-feiras – nada de água pelos encanamentos há seis dias. A saída foi comprar o líquido.
– Pagamos R$ 360 por 8 mil litros. É praticamente a conta do mês inteiro. Agora ainda estamos racionando para ver se a água volta na segunda-feira – contou o marido de Gisele, o administrador Leandro Corrêa.
A diretora técnica da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Adeliana Dalpont, afirmou ontem que a situação melhorou desde quarta-feira.
– Ainda estamos enfrentando dificuldades no Santinho e em Canasvieiras. Mas as reclamações diminuíram bastante – afirmou.
O presidente da estatal, Walmor de Luca, disse, na quarta-feira, que o consumo para a região Norte da Ilha aumentou em 35%, enquanto o órgão previa um crescimento de 10%.
Segundo Walmor, a solução definitiva do problema passaria por um investimento de R$ 26 milhões. O custo teria de ser dividido com todos os consumidores.
(DC, 02/01/2010)