22 jan Novas paralisações de ônibus não estão descartadas em Florianópolis
Manifestação de motoristas e cobradores durou três horas e meia
Depois de três horas e meia de paralisação os ônibus da viação Estrela voltaram a circular em Florianópolis às 8h30min desta sexta-feira. Apesar da volta ao trabalho dos motoristas e cobradores, novas paralisações não estão descartadas.
— Hoje (sexta-feira) o transporte ainda pode parar em outros locais. Amanhã pode parar a garagem da Transol, da Biguaçu — disse o assessor jurídico do sindicato dos motoristas e cobradores da Grande Florianópolis (Sintraturb), Dionísio Linder.
Os funcionários pararam as atividades às 5h em protesto contra a aplicação de multas a ônibus que ficam muito tempo estacionados no Terminal de Integração do Centro (Ticen) e contra a demissão, há cerca de três semanas, do funcionário Ederson Borba, conselheiro fiscal do Sintraturb.
— A categoria entende que o sindicato tem que ter estabilidade para lutar por seus direitos — reivindica Linder.
A paralisação afetou a população que precisava circular entre a parte insular e continental da Capital, e entre a cidade e São José. Cerca de 120 ônibus teriam deixado de circular na região. Os veículos não chegaram a sair da garagem da empresa, no bairro Capoeiras.
Os motoristas e cobradores decidiram voltar ao trabalho depois de uma assembleia no local. Antes disso, o advogado da Estrela, Sérgio Borini, apresentou aos participantes do protesto uma liminar judicial que determinava a desobstrução dos acessos à garagem da empresa, o que permitiria o retorno ao trabalho pelos funcionários que não participam do movimento.
O Sintraturb alegou que em nenhum momento os manifestantes impediram a entrada e saída de veículos e pessoas do local.
De acordo com Dionísio Linder, essa é primeira de muitas paralisações em 2010.
— Este ano as negociações vão ser truncadas. Já estão na mesa as discussões sobre os cobradores, que eles (donos das empresas) querem demitir — disse.
Usuários criticam paralisação
A paralisação pegou de surpresa os usuários do sistema de transporte urbano que costumam utilizar as linhas operadas pela Estrela. Muita gente ficou esperando por horas nos pontos e terminais de ônibus da Capital.
O vigilante Dilson Ari Dutra, que esperava o ônibus Abraão no Terminal de Integração do Centro (Ticen) reclamou da situação:
— Vim do trabalho no Estreito e moro no Abraão. Cheguei aqui e não tem ônibus, estou aqui desde às 7h30min, já são 8h45min. É difícil, né? Eles não avisam nada e a gente fica à mercê de quê? — desabafou.
Outra prejudicada foi Rosinete de Souza, que tentava ir do Rio Tavares, no Sul da Ilha, para Coqueiros, na parte continental da cidade, onde trabalha. Ela esperou duas horas pelo ônibus.
— Isso é um desrespeito com a população. Eles reajustam a passagem e o povo paga. Eles trocam os horários de ônibus e o povo colabora. E agora eles param. O povo paga, paga, paga e não tem retorno nenhum. Os prejudicados são os trabalhadores, as pessoas que têm médico, e tudo mais. O transporte coletivo tem que respeitar o passageiro — indignou-se Rosinete.
(DC, 22/01/2010)