11 jan Hora de mexer no vão central
Começam as obras de substituição das rótulas de apoio e barras de olhais, uma das fases de recuperação mais delicadas
A hora do maior desafio chegou: o de restaurar o vão central da Ponte Hercílio Luz. Por ele, durante 56 anos (1926-1982), se deu grande parte do tráfego entre Ilha e Continente. Um trabalho delicado, mas que os engenheiros garantem ter risco calculado.
A vista do maior cartão-postal de Santa Catarina mudará um pouco. Tudo em prol da tão prometida restauração e a possibilidade de voltar a receber meios de transporte.
Terminada a fase de recuperação dos viadutos insular e continental, o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) anunciou que a fase agora é de substituir as rótulas de apoio e as barras de olhais da ponte. Para isso, será necessária a colocação de uma estrutura de suporte provisória do vão central, que também será recuperado.
– Constatamos que as rótulas de apoio estão sem condições de funcionar e, assim, podem criar tensões na estrutura. Então vamos construir o suporte de apoio nos quatro pilares existentes – explica o engenheiro civil Nelson Picanço, consultor executivo da presidência do Deinfra.
Na prática, a estrutura que será montada é como uma plataforma que segurará o vão central da ponte. Ela receberá fundações submarinas. O engenheiro Picanço afirma que a ideia surgiu da empresa americana que atua no consórcio Florianópolis Monumento, formado pela CSA Group, dos Estados Unidos, e a Espaço Aberto, de Santa Catarina. Durante a obra, o canal marítimo não será interrompido, mas precisará receber sinalização da Marinha. A obra também dependerá de uma licença ambiental complementar, o que ainda não foi garantido.
O vão central tem 340 metros. As partes de metal estão deterioradas. Mas são os cabos de sustentação das barras de olhais, em aço, que representam o desafio maior para os engenheiros. Um deles, do lado insular, está rompido – foi justamente a precariedade da barra de olhal que gerou o laudo técnico da interdição ao tráfego no dia 22 de janeiro de 1982, quando a Hercílio Luz ainda absorvia 43,8% do total do tráfego, ou seja, 27,3 mil veículos por dia.
Obra de restauração irá além dos R$ 150 milhões previstos
Em 90 dias será concluído o projeto-base. O Deinfra informou que será necessária uma adaptação no contrato para suprir os investimentos que não estariam previstos.
Isso significa que a obra geral de restauração irá além dos R$ 150 milhões previstos inicialmente no projeto. No site do Deinfra o valor está em R$ 169,4 milhões, mas o valor poderá ser maior. O Deinfra espera concluir a fase final em 30 meses (final de 2012).
(DC, 11/01/2010)