11 jan Ecos de Copenhague
Artigo escrito por Edison Andrino – Deputado EPUTADO ESTADUAL (PMDB) (DC, 11/02/2010)
Diferente de muitos líderes mundiais que apenas proferem discursos óbvios, que nada de novo trazem e nada alteram, a Terra esteve gritando por socorro, em vários cantos do planeta, ao longo dos 12 dias da Conferência do Clima em Copenhague. A Europa falou através de tempestades de neve e frio, que mataram dezenas de pessoas. A Bulgária pediu atenção com a falta de energia elétrica. A América do Norte, grande vilã no quesito emissão de CO2, mostrou que não está imune ao frio extremo. Temperaturas de até 41ºC negativos deram um choque gelado de realidade nos americanos. Mesmo que os céticos questionem e que os otimistas contem com as melhores estimativas, as consequências do aquecimento do planeta são reais, assim como é real a responsabilidade humana nessa mudança de temperatura. Mas o que fazer quando quem pode reverter esse quadro assina uma carta de intenções que não atende às expectativas mundiais? Um documento que diz que sabemos o que fazer, mas que nossos interesses econômicos vêm primeiro?
O quarto grande marco de discussões sobre o clima na Terra, precedido por Estocolmo (1972), Rio de Janeiro (1992) e Tóquio (1997), tem uma energia que não deve ser desperdiçada. Boas propostas, avanços tecnológicos, preocupações com o crescimento exagerado da população mundial, e alternativas para um desenvolvimento mais limpo estiveram em Copenhague. São eles, e não o resultado pouco satisfatório do COP15, que devem ser discutidos por todos os cidadãos, pelas nossas representações políticas locais e regionais. O governo federal poderia dar o primeiro passo ao definir políticas que envolvam estados e municípios e incentivem o uso do transporte coletivo. Na mão contrária do que faz hoje: baixando as taxas de IPI dos automóveis, incentivando a compra desenfreada de veículos, o que contribui para a poluição e para o tráfego urbano cada vez mais conturbado. Ações locais bem-sucedidas poderão trazer resultados efetivos. Uma conscientização que sai da base para o topo.