Tudo igual no turismo

Tudo igual no turismo

(Editorial, DC, 04/12/2009)

No final de outubro deste ano, o presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), Jean-Claude Baumgarten, apresentou, em Florianópolis, um relatório elaborado pela entidade, que confirmava o enorme potencial turístico de Santa Catarina e, ao mesmo tempo, apontava para diversos entraves que deveriam ser removidos para que a atividade possa alcançar um novo patamar de desenvolvimento. As deficiências em infraestrutura, principalmente as referentes ao estado precário da malha viária, em geral, e a dos acessos aos principais sítios turísticos do Estado, em especial, foram apontados, no estudo, como os maiores pontos de estrangulamento do setor. Passado mais de um mês da badalada apresentação do relatório do WTTC, que, realmente, serve como um repositório de valiosas sugestões para que Santa Catarina deixe para trás, de uma vez por todas, a prática de um turismo marcado pelo amadorismo, pelo imediatismo e também pelo desrespeito à preservação do meio ambiente e à qualidade de vida das comunidades locais, pouco ou quase nada foi feito para que o Estado acelere o passo na direção de um turismo de ponta e com produtos diversificados à altura do seu potencial.

Faltando apenas alguns dias para a abertura de mais uma temporada de verão e a chegada de multidões de visitantes, com o perfil de sempre, a malha viária – federal, estadual e as municipais – continua em “petição de miséria”, incluindo o acesso a muitos sítios turísticos. As desculpas oficiais, como sempre, já estão engatilhadas. A arrancada rumo ao turismo de ponta, com qualidade internacional, ainda continua no improvável reino das boas intenções.