09 dez Servidores de prontidão pela Casan
Funcionários da estatal param hoje para discutir as municipalizações do abastecimento de água
Os servidores da Casan ameaçam iniciar uma greve caso o governo não tome uma medida firme para frear o processo de municipalização e privatização do abastecimento de água em Santa Catarina.
Hoje trabalhadores de todo o Estado fazem um dia de paralisação para debater o assunto. Está marcado para às 9h um ato em frente a Assembleia Legislativa e são esperados mais de 20 ônibus trazendo servidores de todas as regiões.
Para os representantes do Sindicado dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina (Sintaema), as recentes decisões de prefeitos de romperem o contrato em vigência com a Casan, como ocorreu em Chapecó, acabarão levando a empresa a falência. A consequência imediata deste processo, na avaliação dos sindicalistas, será o início de demissões. Para o Sindicato, o discurso em favor da municipalização não se comprovou na prática, porque as prefeituras não teriam capacidade de endividamento, o que compromete os investimentos na área do saneamento básico.
– Os números mostram que as cidades que romperam com a Casan não avançaram na implantação do sistema de esgoto. Os prefeitos querem a receita gerada pela água, mas não conseguem dinheiro para construir a rede de coleta e tratamento de esgoto – destaca o diretor de Finanças do Sintaema, Mário Dias.
Ele destaca que a Casan vem avançando na implantação da rede de saneamento básico em várias cidades onde mantém contrato, com recurso de financiamentos e iniciativas como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. Além disso, a empresa está prestes a assinar um contrato de financiamento de cerca de R$ 500 milhões com a Agência Japonesa (JICA).
– Queremos jogar a responsabilidade para o governo, para os deputados e para o Judiciário. Desde 2002 o processo de municipalização da água vem crescendo, e o que fez o Estado? – questiona Dias.
Ontem, servidores da Grande Florianópolis se reuniram na Assembleia Legislativa para começar a debater a questão. Cerca de 200 trabalhadores lotaram as galerias do plenário, enquanto que uma comissão do Sindicato percorreu os gabinetes dos deputados. A ideia é avançar na discussão de propostas como a criação de uma Agência Reguladora Estadual e um modelo de gestão associada da água entre Estado, União e municípios.
(DC, 09/12/2009)