Registros sobre um visionário

Registros sobre um visionário

Ferdinand de Lesseps, que idealizou o Canal de Suez, é tema de exposição em Florianópolis

Ferdinand de Lesseps nasceu em 1805, na cidade de Versalhes, perto de Paris. Filho de pai diplomata, seguiu a mesma carreira até 1849, terminando como cônsul geral em Alexandria, no Egito. A aposentadoria era apenas formal: na França, passa a estudar apaixonadamente trabalhos feitos sobre o istmo de Suez. Esse é o homem que Florianópolis poderá conhecer a partir de hoje, na exposição Ferdinand de Lesseps e a Construção no Egito do Canal de Suez 1859–1869.

Com 109 peças – fotografias, pinturas, gravuras, álbuns originais e vídeos – a exposição está sendo promovida pelo grupo GDF SUEZ, Tractebel Energia e governo do Estado. Inicialmente, poderá ser visitada até o dia 6 de dezembro, no Palácio Cruz e Sousa. A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) tenta ampliar sua permanência na Capital até o Carnaval.

Lesseps elaborou o projeto do Canal de Suez e desembarcou, em 1854, no Egito. Submeteu seu estudo a seu o vice-rei Muhammad-Saïd Pacha.

Nos 10 anos de trabalhos, a construção do canal foi curiosamente registrada em telas, fotografias e gravuras. A grandiosidade da obra, a façanha de criar a passagem – 25 milhões de cubos de cimento foram necessários para conter a água que atravessava todos os 162 quilômetros originais da obra – mostram Lesseps como um visionário. Mais de 1,5 milhão de trabalhadores participaram da construção, que teve custo de 17 milhões de libras esterlinas.

– Muita gente imagina ele como um engenheiro, mas ele nunca foi, era um diplomata – observa a representante da Association of Ferdinand de Lesseps e Suez Canal Souvenir, Yasmina Boudhar, curadora da exposição na Capital.

Canal do Panamá era meta seguinte

Em 1873, o sucesso do Canal de Suez e sua eleição para a Academia de Ciências fizeram Lesseps dar início à outra ousadia: o canal interoceânico do Panamá. Apenas 25% da obra, porém, foram feitas por sua companhia, que faliu em 1889.

– Como personagem, ele não é conhecido pela população em geral, apenas na França. Mas sua obra tem um interesse universal – lembra Luciano Andriani, diretor administrativo da Tractebel Energia – empresa que é braço da GDF Suez, por sua vez originária da companhia que administrou o canal idealizado e construído pelo francês.

O presidente da Association du Souvenir de Ferdinand de Lesseps et du Canal de Suez e inspetor geral dos Arquivos Nacionais da França, Arnaud Ramière de Fortanier, também está em Florianópolis para a abertura da exposição e para ministrar palestra, marcada para hoje.

Serviço
Quando: de 6 de novembro a 6 de dezembro
Onde: Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa, em frente a Praça 15 de novembro, Florianópolis.
Horário: de terça a sexta das 10h às 18h e sábados, domingos e feriados das 10h às 16h.
Ingresso: gratuito

(DC, 06/11/2009)