Capital fica a ver navios

Capital fica a ver navios

Em 14 de novembro, Porto Belo vai receber a primeira leva de turistas embarcados em navios. Serão 2.055 passageiros com 10 horas disponíveis para passear e, sobretudo, gastar. Apesar de a temporada dos cruzeiros começar mais cedo em relação ao ano passado, o mar do setor não está para peixe.

A cidade, conhecida como capital náutica do Estado, e que normalmente recebia navios de longo curso, perdeu 60 escalas de cruzeiros. Quem informa é o diretor para a Região Sul da Associação Brasileira de Terminais e Cruzeiros – Brasil Cruise, Ernesto Santiago. Para efeito de comparação, o Rio de Janeiro já começou a temporada de cruzeiros e prevê um crescimento de 90% em relação a 2008.

Os navios com calado maior têm de entrar em Imbituba antes de chegar a Porto Belo, para a Receita Federal fazer a chamada nacionalização da embarcação. O secretário de Turismo de Porto Belo, Alexandre Stodieck, explica que a medida gera mais custos para as empresas que promovem o cruzeiro e provoca perda de tempo.

Mesmo assim, a expectativa de turistas não baixou em relação ao ano passado, pois os navios terão mais passageiros, cerca de 3 mil cada, em média. A previsão é de 28 escalas com 70 mil turistas.

Uma única escala nesta temporada

Florianópolis, sem porto e com um píer sofrível no Norte da Ilha, perdeu todas as escalas de cruzeiros para esta temporada. A exceção será uma turma de estudantes e professores que participará de um congresso de hotelaria, previsto para atracar em 18 de dezembro.

Santiago explica que os motivos são o píer ruim; o ponto de fundeio, localizado na entrada da Baía Norte e que fica sujeito às variações climáticas; e a desorganização do receptivo em terra. Uma ondulação ou vento mais forte impede que o tender, embarcação que transporta os passageiros do navio para a terra firme, consiga atingir a praia com segurança.

O setor hoteleiro não vê com bons olhos a chegada dos navios. O presidente da ABIH-SC, João Moritz, afirma que eles tiram clientes dos hotéis, principalmente dos resorts, de maneira desleal, pois pagam menos impostos.

(DC, 27/10/2009)