Sem lixo no chão

Sem lixo no chão

Artigo escrito por Ronaldo Freire – Presidente da Comcap (DC, 22/09/2009)

Quando a corte portuguesa pisou no Brasil, teve de desviar caminho dos tigres, os escravos que despejavam barris de excrementos pelas ruas da então capital do Império para que, depois, as chuvas se encarregassem de lavá-las. Duzentos anos depois, há quem ainda não perceba como indecente o ato de lançar ao chão bitucas de cigarro, copinhos de plástico, latinhas de bebida e papeis de todo tipo. Ainda que Florianópolis disponha de mais de 3 mil papeleiras instaladas, a cada mês as equipes de varrição da Comcap são obrigadas a varrer e recolher mais de duas toneladas desse microlixo abandonado nas ruas por pedestres e motoristas. Para se ter uma ideia, 25% dos operacionais da Comcap, os garis, dão conta da coleta domiciliar com produção de 11 mil toneladas de resíduos nos meses de inverno e 14 mil toneladas por mês na alta temporada. Os demais, 75% do contingente, cerca de 550 pessoas, trabalham na limpeza pública para reparar aquilo que o cidadão não destinou adequadamente.

É este grupo que inclui as “margaridas”, como são convencionalmente chamadas as profissionais da varrição em Florianópolis. Pois também convencionou-se homenageá-las, em 22 de setembro, em coincidência com o início da primavera. Em Florianópolis, a Comcap, empresa concessionária da limpeza urbana, este ano, registra a data com uma novidade. Tem intensificado os testes de equipamentos que possam humanizar o serviço destas auxiliares operacionais. Ainda está longe o tempo em que as margaridas poderão deixar de lado a vassoura, mas a empresa já consegue algumas alternativas como os equipamentos sopradores para limpar áreas amplas de eventos.

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