14 set Olhares voltados para o Continente
Com a 2ª Beira-Mar da Capital em fase de finalização, região do Estreito passa por um processo de valorização imobiliária e comercial
Sem ter mais para onde crescer, o Centro de Florianópolis sinalizou uma nova área de expansão, o Sul da Ilha, em especial o Campeche. A região cresceu e continua crescendo, porém desordenadamente, e o tempo revelou alguns obstáculos, entre eles o precário sistema viário, que se torna intransitável no verão. Passados alguns anos, uma nova área da cidade vem demonstrando potencial de crescimento, com a vantagem da proximidade do Centro. O Estreito vem atraindo olhares de investidores e moradores, que passaram a enxergá-lo de uma forma diferente, principalmente com a finalização da Beira-Mar Continental.
O Estreito vem passando por um processo de valorização imobiliária, principalmente a Rua Fúlvio Aducci (principal do bairro), a R. Pedro Demoro, sua continuidade, e seu entorno. Valdemir Ventura, gerente da San Remo Negócios Imobiliários, localizada no bairro, confirma o fato. “Ela está acontecendo tanto para casas quanto apartamentos, na locação e na venda”, afirma. E complementa que mesmo com o índice de preços que reajusta os aluguéis, o IGP-M, passando por um período de deflação, os aluguéis da região vêm subindo. Segundo ele, o mesmo vem acontecendo no mercado de compra e venda de imóveis. A vantagem é que embora numa curva ascendente, os preços são menores que os do Centro da cidade na área da Beira-Mar Norte.
A futura Beira-Mar Continental contribui com o aquecimento do mercado imobiliário. Ventura explica que entre os atrativos estão as melhorias que a obra irá gerar no trânsito, a proximidade do Centro e o espaço de lazer da nova avenida. O comércio local, que começa a oferecer mais opções e um mix mais diversificado, também é um ponto forte do Estreito. “Antes as pessoas precisavam se deslocar ao Centro para comprar tudo. Hoje, já é diferente. A expectativa é que a região seja ainda mais valorizada com a conclusão da obra”, espera Ventura.
Construtoras de renome estão ampliando sua atuação no Estreito. A Koerich tem atualmente dois edifícios residenciais com unidades à venda no bairro: o Continental, já pronto para morar, e o Farol, com conclusão prevista para setembro do ano que vem. Diretora comercial da empresa, Márcia Koerich afirma que a construtora já vem investindo na região há muitos anos, porém entra agora num outro segmento, o de alto luxo. Os dois edifícios têm um padrão superior aos construídos até então. “Sem dúvida a Beira-Mar Continental agregou valor aos imóveis do Estreito”, afirma Márcia.
Entre os compradores dos novos empreendimentos da Koerich estão moradores de São José e Estreito e pessoas de fora do Estado. O comentarista Roberto Alves e a esposa Adilcéia já eram moradores do bairro e resolveram se mudar para o novo apartamento em 2007. “Compramos pensando na vista e nas facilidades da Beira-Mar Continental, como o espaço para caminhadas. Pena que está demorando tanto para ser concluída”, afirma Adilcéia. Ela conta que há dois anos eles passam o Réveillon no apartamento, acompanhando a queima de fogos na Beira-Mar Norte de camarote.
Comércio deve prosperar
O diretor geral da regional continental da ACIF (Associação Comercial e Industrial de Florianópolis), José Luiz da Silva, afirma que há a Beira-Mar Continental pode impulsionar o comércio local, porém juntamente com a revitalização planejada para a área central do Estreito. “Se não tiver um projeto agregado, irá tirar a visibilidade do comércio”, afirma, lembrando que o fluxo de veículos passará a ser menor e mais rápido nas ruas Fúlvio Aducci e Pedro Demoro. Isso porque parte dele será transferido para a Beira-Mar Continental.
José informa que a entidade está em contato com a Secretaria do Continente, encarregada de elaborar o projeto. “Está em estudo o alargamento de calçadas, a construção de calçadões em alguns trechos. Com menos trânsito, é possível ter um menor número de faixas”, afirma, usando como comparação o Kobrasol. A revitalização da primeira etapa deve se concentrar na Fúlvio Aducci e Pedro Demoro.
As fachadas e vitrines devem ganhar uma nova cara. José afirma que a Prefeitura fará a parte dela, mas que os empresários também precisam fazer a sua. “As fachadas e vitrines devem ser melhoradas, se tornando mais atrativas”, explica.
O mix de produtos deve crescer. José acredita que há espaço para novos nichos de mercado. “A Beira-Mar Continental irá atrair mais pessoas, o que gera um potencial de vendas. Hoje, a área é forte no setor de móveis, mas funciona em horários comerciais. A região deve passar a oferecer lazer e diversão para a família. Não temos cinema, por exemplo”, afirma.
José acredita que o Estreito irá atravessar um novo boom. “Ele já representou no passado a grande força econômica de Florianópolis. O Continente representa 40% da arrecadação do município”, afirma.
Conclusão da obra
O secretário do Continente, Deglaber Goulart, afirma que a previsão é inaugurar a Beira-Mar Continental até o final do ano. “A etapa de urbanização, com estacionamentos, campos de futebol e outros mobiliários urbanos, ficará para 2010”, informa.
Já o projeto de revitalização da área central do Estreito, ele acredita que será lançado em um mês.
(Andréa Fischer, Imagem da Ilha, 14/09/2009)