Famílias de ciganos em área urbana

Famílias de ciganos em área urbana

Quem passou pela Avenida Beira-Mar, na Capital, ontem, percebeu uma presença pouco comum em áreas urbanas: a de ciganos. Três famílias se instalaram no local conhecido como Ponta do Coral. Órgãos da prefeitura se contradizem a respeito da permanência do grupo.
Desde domingo a área foi ocupada pelos ciganos. Nômades, sem local definido para morar, eles estavam instalados no Rio Vermelho, Norte da Ilha. A proximidade com escolas e hospitais fez com que as famílias optassem em sair de onde estavam para acampar na Avenida Beira-Mar.
Em frente às barracas feitas com lonas, uma placa explica quem é o grupo: acampamento cigano. Nela, também está o decreto federal que instituiu o Dia Nacional do Cigano, comemorado em 4 de maio e instituído como forma de contribuição à redução do preconceito.
– Estamos aqui porque achamos o local conveniente, não há razão nem reivindicação específica. O que queremos não é novidade. Lutamos por questões antigas, como poder montar uma escola de educação móvel, essencial para nosso estilo de vida – disse Kalon Rogério, líder do grupo.
Ele disse que, além de o local estar abandonado, as três famílias possuem aval da prefeitura para estarem ali. A Coordenadoria de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial (Coppir), um órgão do Executivo municipal, teria permitido a permanência do grupo na Ponta do Coral, segundo Rogério.
A reportagem procurou a coordenadora da Coppir, Marta Lobo, mas ela não atendeu por justamente estar cuidando desta questão durante a tarde de ontem, conforme informaram funcionários da Coordenadoria. A RBS TV noticiou que a Coppir teria mesmo mandado um documento para a comunidade de pescadores do lugar, alertando que os ciganos poderiam ficar ali. Mas a Secretaria de Urbanismo teria contrariado a decisão, dizendo ser o ato ilegal.
(DC, 22/09/2009)