23 set Empresas e entidades do setor turístico investem no perfil do turista
ABAV-SC e SBTUR promovem qualificação e debates para adaptar os serviços às necessidades de seus consumidores.
Cada vez mais preocupados com o turista, empresas e entidades do setor buscam soluções criativas para atender as necessidades e vontades das pessoas que pretendem viajar pelo Brasil ou para o exterior. Para isso, a informação é essencial. As agências de viagem investem no perfil do turista a partir da qualificação de seus profissionais, da mesma forma que as operadoras de turismo buscam a discussão de estratégias para a venda de seus produtos.
“O produto certo e fechado deve estar na prateleira”, diz o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem de Santa Catarina (ABAV-SC), Eduardo Loch. Entender o turista é fundamental e, para isso, pesquisas no setor são eficazes para compreender tendências de consumo e expectativas. Responsável pela gestão de projetos ligados à competitividade e ao desenvolvimento do turismo no País como o Viaja Mais Melhor Idade Hospedagem, o Economia da Experiência, o Portal de Hospedagem, entre outros, o Instituto Marca Brasil (IMB) realizou o “Estudo Qualitativo sobre Comportamentos de Consumo e Experiências Memoráveis de Turistas”. A pesquisa aponta, dentre outras características do turista brasileiro, quais suas motivações para viajar e como consideram a família na hora de planejar um passeio. (Confira abaixo os principais resultados da pesquisa)
Outra forma de entender o perfil do turista é debater estratégias de venda para o produto turístico. Em Santa Catarina, por exemplo, “com pesquisas e debates em torno da venda do produto catarinense, é possível entender o que está faltando e o que está funcionando dentro do cenário turístico do Estado”, explica o presidente da ABAV-SC. “Acredito que é clara a necessidade de maior interação entre agências, companhia aéreas, hotelaria, etc, para atender cada vez melhor o turista que vem para cá”, afirma Loch.
Com o intuito de qualificar os agentes de viagem e discutir o formato do produto turístico catarinense, procurando entender o que o turista espera encontrar no Estado, a ABAV-SC promove dois eventos neste mês. No dia 25 de setembro, acontece o 1º encontro de Operadoras de Turismo, que contará com a presença de representantes das Operadoras, Santur e Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte. Nessa ocasião, haverá um debate em torno dos produtos turísticos, buscando estratégias de venda destes dentro e fora do Estado.
Investindo na qualificação e especialização dos agentes de viagem, a entidade prepara, nos dia 26 e 27 de setembro, na Penha, o 2º Seminário ABAV-SC de Turismo. Os agentes catarinenses participarão de um workshop de negócios e de debate entre especialistas do setor de tecnologia de informação para compreender as facilidades que a área de TI disponibiliza ao setor turístico. “Esses dois momentos irão proporcionar o começo de uma evolução no turismo catarinense, impulsionada pela profissionalização do setor e da discussão de assuntos que merecem maior visibilidade. Nossa intenção é ampliar a credibilidade do setor e mostrar a importância que o turismo tem na economia de Santa Catarina”, conta o presidente da ABAV-SC, Eduardo Loch.
Para o presidente do Sistema Brasileiro de Hotéis Lazer e Turismo (SBTUR), Paulo de Brito Freitas, é fundamental que as agências conheçam o perfil do turista para oferecerem o produto certo para o cliente certo. “Conhecendo o cliente, podemos desenvolver produtos de maior qualidade”, conclui. O SBTUR é uma das maiores agências de turismo do sul do país e está presente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Especializado em Turismo Social, o Sistema ajuda a democratizar o turismo no Brasil e se torna, cada vez mais, uma alternativa eficiente para quem deseja programar e viabilizar viagens.
Principais resultados da pesquisa realizada pelo IMB:
Amantes de Viagens ou Viajantes Compulsivos – A maior parte das pessoas ouvidas pela pesquisa identificou-se como amantes de viagens, ou seja, pessoas que colocam a viagem como parte integrante de suas vidas e, muitas vezes, como prioridade em seus orçamentos. Elas viajam muito e sempre que entram em férias ou que podem desfrutar de um feriado mais longo, pensam em viajar. Um outro grupo são os viajantes compulsivos. São como grandes consumidores não só de lugares, mas de culturas diferentes, como os viajantes cosmopolitas que colecionam imagens e saberes culturais, relativizando, a cada contato com o outro, seus próprios valores e costumes.
Motivações para Viajar – As motivações para a escolha dos destinos são as mais diversas. Um elemento que identifica uma parte considerável do grupo entrevistado é a valorização da tranquilidade em suas viagens. Cabe destacar que tranquilidade não significa necessariamente ausência de atividades e nem de aventuras, mas a calma de poder ficar bastante tempo em um lugar, estar totalmente presente no passeio, sem preocupar-se com os horários do pacote ou com o dia de voltar para casa. A valorização da cultura local também está presente ao salientarem suas preferências de viagem a lugares ainda não explorados pela indústria do turismo.
Família – Um elemento que aparece com destaque nos discursos do grupo pesquisado é a família. A família é o centro do planejamento da viagem. Pode ser uma viagem familiar, se os filhos acompanham o casal, ou uma viagem de “férias dos filhos”, se estes forem deixados com os avós em casa. Mas, de qualquer modo, a família é sempre um elemento presente quando se trata de pensar uma nova viagem.
Experiências memoráveis – As experiências de viagens narradas ao longo das discussões dos grupos pesquisados foram categorizadas em alguns tipos de vivência e interação dos turistas, tanto com a natureza como com a população local, dos destinos visitados. Um outro tipo de experiências presente nos relatos de turistas desta pesquisa são aquelas que aguçam seus sentidos e emoções. Momentos de misticismo, espiritualidade, retorno ao passado ou, até mesmo, de degustação de comidas exóticas proporcionam a estas pessoas outro aprendizado que é próprio do turismo: o auto-conhecimento. O que “marca” um momento de uma viagem e o transforma em uma “experiência a ser contada” são pequenos detalhes que ficam na lembrança.
(FlorianópolisCVB, 23/09/2009)