22 jul Norte da Ilha clama por segurança pública
A segurança pública, desde a falta de policiais, viaturas, câmeras de vigilância e companhias de policia, até o comprometimento com o funcionamento das escolas, com a circulação livre de pessoas e das famílias, ameaçadas pelo tráfico de drogas, representa o maior clamor da população da Norte da Ilha de Santa Catarina. Esta é a conclusão dos vereadores que participaram na quinta-feira, 9 de julho, do projeto Câmara na Comunidade.
Das 8 horas da manhã até 19h30, os legisladores municipais percorreram 13 diferentes bairros da região, em dois roteiros diferentes, visitando escolas, creches, centros e unidades de saúde, ouvindo seus responsáveis e lideranças do Rio Vermelho, Ingleses, Santinho, Canasvieiras, Ponta das Canas, Cachoeira do Bom Jesus, Santo Antonio de Lisboa, Ratones, Vargem Pequena, Jurerê, Vargem Grande, Vargem do Bom Jesus e Cachoeira do Bom Jesus.
Entre 19h30 e 22h30 os vereadores participaram de uma sessão especial do Legislativo, na sede da Serte, na Cachoeira do Bom Jesus, quando representantes dos bairros entregaram 70 requerimentos de solução para os mais diferentes problemas, que os vereadores deverão encaminhar ao Executivo.
Melhorias na segurança pública foram pedidas por 16 dos 25 lideres comunitários sorteados para manifestar-se na sessão. Eles reclamaram principalmente do tráfego de drogas em toda a região, queixaram-se do baixo efetivo da Policia Militar, pediram a instalação de câmeras de monitoramento eletrônico, policiamento ostensivo, e denunciaram que a construção do 11º Batalhão da Policia Militar, criado há meses, ficou “só no papel”.
Dados da Câmara confirmam o registro de mais de 7.500 ocorrências nos seis primeiros meses deste ano na 7ª (Ingleses) e 8ª (Canasvieiras) delegacias. O maior número é de furtos (1.315) e ameaças contra homens, mulheres e menores (781).
Contra o crescimento desordenado
Além das reivindicações de praxe, como ampliação do saneamento, creches em tempo integral, mais escolas e linhas de ônibus, foi solicitada maior autonomia às intendências e melhorias na infraestrutura turística, para que a qualidade de vida dos moradores da região não seja tão afetada na temporada de verão.
Também foram reclamadas ações efetivas para neutralizar o intenso crescimento desordenado em toda região, onde em cada bairro continuam sendo criadas dezenas de servidões clandestinas onde os serviços públicos nem podem chegar por falta das condições mínimas para a infraestruturação.
Os oradores elogiaram o projeto da Câmara, mas cobraram dos vereadores que essas ações também não fiquem só no papel. Eles querem que as reivindicações sejam realmente atendidas.
Foram feitos alguns elogios às boas ações da administração municipal, especialmente quanto à Policlínica Municipal Norte, o início das obras de saneamento básico em algumas comunidades, o funcionamento dos centros e unidades de saúde e o trabalho da Comcap e Celesc.
Entre os vereadores sorteados para manifestar-se, o líder do governo, Norberto Stroisch (PMDB) saudou o comparecimento de representantes da sociedade organizada da região, e o oposicionista João Amin (PP) enalteceu a iniciativa da Câmara de sair dos gabinetes para “ver a realidade de perto”.
O projeto Câmara na Comunidade, que já existia no Legislativo municipal, foi redimensionado e vai abranger todo o município. Até novembro próximo será levado, mês a mês, às regiões Leste, Sul, Centro/Bacia do Itacorubi e ao Continente.
(CMF, Jornal Ilha Capital, 22/07/2009)