12 jun A saga de um ícone do rock
Último dia do FAM traz a cinebiografia do líder dos Mutantes contada através de músicas e depoimentos
Loki – Arnaldo Baptista, está entre as exibições mais esperadas deste último dia do Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM). O longa-metragem, que conta a trajetória de um dos ícones do rock brasileiro, faz parte da Mostra Extra que ocorre às 14h, no auditório Garapuvu da UFSC.
O líder dos Mutantes, Arnaldo Baptista, tem sua história revelada nesta cinebiografia que marca a estreia de Paulo Henrique Fontenelle na direção de longas-metragens.
Da infância, passando pela fase de maior sucesso profissional, pelo casamento com a cantora Rita Lee e a separação, por sua depressão após o término do grupo, sua carreira solo, até a reaproximação com o irmão Sérgio Dias, que culminou com a volta da banda em 2006, todas as fases do músico estão registradas no filme.
A vida de Arnaldo Baptista é lembrada sob diferentes pontos de vista. Para isso, o diretor usou depoimentos de personalidades que conviveram e admiram o compositor, como Tom Zé, Lobão, Nelson Motta, Gilberto Gil, Sergio Dias, Dinho Leme, Zélia Duncan, Liminha e Rogério Duprat, além de sua mãe, a pianista clássica Clarisse Leite, e de sua segunda mulher, a atriz Martha Mellinger.
Registros recentes de Arnaldo em Juiz de Fora (MG), onde mora com a atual esposa, Lucinha Barbosa, mostram o estado de espírito hoje do artista, que ainda toca piano, teclado, bateria e baixo, mas dedica a maior parte do tempo à pintura.
Fãs internacionais de Arnaldo, como Kurt Cobain, Sean Lennon e Devendra Banhart, que afirma que os Mutantes são melhores do que os Beatles, também prestam suas homenagens ao ídolo e reiteram a importância de Arnaldo Baptista na história da música, não só no Brasil, mas no mundo.
Cada declaração traz histórias curiosas, engraçadas e em alguns momentos trágicas sobre o artista.
Tabalho foi desenvolvido de forma independente
Os depoimentos escolhidos para compor Loki são fortes e as imagens, raras.
Produzido, finalizado e distribuído de forma independente pelo Canal Brasil (NET/66), que pela primeira vez assina a produção de um longa-metragem, o documentário é embalado por músicas que marcaram época.
A trilha-sonora é repleta de clássicos dos Mutantes, como Qualquer Bobagem, Ando Meio Desligado, Balada do Louco, Top Top, Tecnicolor e Panis et Circenses, algumas delas em versões raras. O filme foi exibido no ano passado no Festival do Rio e na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Em ambos, conquistou o prêmio de Melhor Documentário – Júri Popular.