Turismo e plano diretor

Turismo e plano diretor

Artigo escrito por Clovis R. Maliska – Professor na UFSC (DC, 19/05/2009)

Florianópolis e Santa Catarina estão de parabéns por sediarem o 9º Congresso Mundial de Viagens e Turismo. Além da divulgação de nosso Estado, o evento trouxe a oportunidade de uma reflexão sobre os destinos de nossa Capital e de nosso turismo. Ouvimos falar de grandes empreendimentos, geração de empregos, turistas de alto poder aquisitivo e futuro promissor para a cidade. Passada a euforia do evento, é necessário voltar à realidade e procurar, urgentemente, equacionar os velhos e grandes problemas da cidade, todos eles criados pelo crescimento desordenado e perpetuados pela falta de uma estratégia política para resolvê-los e pelo embate de interesses econômicos. A única chance que Florianópolis tem para preservar a sua qualidade, e pensar em um turismo de alto nível, é diminuir seu ritmo de crescimento em tamanho e aumentá-lo em qualidade.

As belezas naturais de nossa Ilha e de nossas praias não podem ser destruídas na aplicação de um turismo de massa que as características físico-geográficas da Ilha não suportam. A ocupação com qualidade tem limites e Florianópolis não pode ser o destino turístico para qualquer faixa de renda. Precisamos abandonar a ideia, que infelizmente habita a cabeça de muitos administradores e empresários, que construir mais viadutos, mais estradas, mais acessos, para dar vazão a um crescimento de baixo valor agregado, meramente quantitativo, é a solução.

Essa estratégia de crescimento leva qualquer cidade ao caos urbano. A ideia básica que deveria ser perseguida para o sucesso turístico de Florianópolis é a do crescimento baseado na alta qualidade de seus serviços e de suas construções.