20 fev Suspensa obra em ponte
Colocação de guard-rail na Ponte Colombo Salles, iniciada há um mês, será interrompida até o dia 7 de março
O embargo à colocação de guard-rail no lado direito da Ponte Colombo Salles (sentido Ilha-Continente), em Florianópolis, preocupa moradores da Capital.
A troca do mecanismo de proteção pela vista livre da Ponte Hercílio Luz não agradou à população. Ontem à tarde, representantes da prefeitura e do Ministério Público estiveram reunidos e decidiram manter a suspensão das obras até o dia 7 de março.
Pessoas que passam pela ponte todos os dias já se sentiam mais seguras com a instalação da segunda faixa metálica acima da primeira.
José Carlos de Carvalho, que mora no Bairro Jardim Atlântico, na área continental da cidade, não aprovou o embargo.
– Já estava satisfeito com a segurança. Quem quiser ver a Hercílio Luz pode ir à Beira-Mar, ao mirante, a qualquer outro lugar. Acho até que o guard-rail deveria ser ainda mais reforçado – afirmou.
Para ele, a vista do ponto turístico pode provocar mais acidentes, já que turistas e motoristas se preocupam mais com a imagem do que com o trânsito quando passam pelo local.
A opinião é compartilhada por Ana Paula Rodrigues, que também mora em Florianópolis.
– Os moradores, que usam a ponte todos os dias durante todo o ano, se preocupam mais com a segurança do que com a vista. Isso é só para os turistas – disse.
O embargo às obras na Colombo Salles, primeira a receber o guard-rail, entrou em vigor na quarta-feira.
Estatuto da Cidade proíbe impacto de paisagem
Nesse dia, acabou o prazo de 48 horas estabelecido pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) e Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (Susp) para o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) apresentar o projeto de instalação da proteção.
– Toda obra feita dentro do município deve ter a autorização da prefeitura. O Deinfra só apresentou o projeto após o final do prazo, na quarta-feira – afirmou o secretário da Susp, José Carlos Rauen.
A paralisação foi imposta com base no Estatuto da Cidade, que proíbe o impacto de paisagem.
Rauen informou que só após a colocação das barras de proteção viu-se que elas iriam interferir na paisagem.
– Temos que criar artifício de segurança com análise de engenharia e arquitetura. Não podemos, em nome da segurança, tapar a vista da ponte (Hercílio Luz) – informou o secretário.
A Susp informou que analisará o projeto até o final da primeira semana de março.
Novo projeto deverá ser apresentado
O promotor de Justiça Alexandre Herculano de Abreu disse que a obra fica suspensa até 7 de março para Susp e Ipuf apresentarem ao Deinfra um novo projeto.
– Se houver um sistema de segurança que impacte menos a vista da ponte (Hercílio Luz), pode-se optar por essa alternativa. Mas, se não houver, prevalece o princípio de segurança – afirmou.
A obra, que custa R$ 2 milhões aos cofres públicos, começou após acordo judicial entre Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público e Deinfra, depois que a queda de um caminhão da Colombo Salles, em agosto de 2007, provocou a morte do condutor do veículo. Um estudo de técnicos do TCE indicou a necessidade de modernizar a proteção lateral para aumentar a segurança. A instalação dos guard-rails começou há um mês.
(Tatyana Azevedo, DC, 20/02/2009)