Protesto sobre ações no Parque do Tabuleiro agita sessão da AL

Protesto sobre ações no Parque do Tabuleiro agita sessão da AL

Centenas de pessoas estiveram ontem na Assembleia Legislativa (AL) para pedir aos deputados a aprovação do projeto de lei sobre a redemarcação e reclassificação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, inicialmente marcada para a tarde de ontem.

Moradores e empresários envolvidos na questão levaram faixas a favor do projeto de lei, cuja votação foi transferida para o dia 4 de março. A nova data foi estabelecida porque a Comissão de Turismo e Meio Ambiente da AL não deu um parecer até o dia 5 de fevereiro, quando expirou o prazo para apreciação do projeto.

Na AL, a área destinada ao público estava lotada e algumas pessoas tiveram de acompanhar a sessão do lado de fora do plenário.

Maioria dos manifestantes defende o projeto de lei

A maioria dos manifestantes mostrou-se a favor do projeto de lei 347.3/08, sobre o Mosaico de Unidades de Conservação da Serra do Tabuleiro e Terras de Massiambu.

Segundo os moradores da Vargem do Rio do Braço, em Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, um dos nove municípios abrangidos pelo parque, a opinião favorável justifica-se pela demora em se chegar a uma conclusão.

– São 33 anos de espera em que estamos sofrendo. Queremos uma solução definitiva – frisou Lindolfo Dias, que mora na Vargem do Rio do Braço há 48 anos.

Descontente com o documento apresentado pelo Movimento de Recategorização, a moradora Elizabeth Albrecht queixou-se que as comunidades do parque não receberam informações sobre todas as mudanças.

– Se esperaram 33 anos, não será agora que vão fazer de qualquer jeito. Que a comunidade seja informada.

No caso de aprovação, Elizabeth espera que os promotores do Ministério Público entrem com uma ação contra a lei.

Os críticos temem que a implantação do Mosaico abra a possibilidade para a exploração industrial e especulação imobiliária da região, o que é rechaçado por Renato Sehn, líder do Movimento de Recategorização.

– Quem decide sobre isso é o Plano Diretor feito pelas administrações municipais. E, hoje, o Plano Diretor é participativo; só é aprovado com apoio popular – explicou.

(Rafael Paulo, DC, 18/02/2009)