Ossca despejada por fundação

Ossca despejada por fundação

Orquestra não tinha contrato com Estado para ocupar espaço no CIC

Após ocupar irregularmente as instalações do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, por 15 anos, a Orquestra Sinfônica de Santa Catarina (Ossca) foi despejada pela Fundação Catarinense de Cultura. Na tarde de ontem, funcionários pediram ao maestro José Nilo Valle que deixasse o local. As sete salas utilizadas pela orquestra foram abertas por um chaveiro para limpeza.

A reintegração administrativa de posse foi feita porque não havia contrato entre o Estado e a Associação Cultural Orquestra Sinfônica de Santa Catarina, que administra a Oscca. Apesar do nome, a orquestra é uma entidade privada. Desde a fundação, em 1993, funcionava no CIC em espaço cedido informalmente pela fundação. Nunca houve contrato formalizando o empréstimo.

O maestro, que também é presidente da associação que administra a Ossca, foi notificado, pela primeira vez, de que precisaria sair do local, em novembro do ano passado, depois de a Procuradoria do Estado solicitar a regularização do espaço. Outras duas notificações foram feitas posteriormente e o prazo final para a orquestra deixar o CIC encerrou-se no dia 6 de fevereiro.

Por volta das 17h de ontem, um chaveiro abriu as salas da orquestra. Nenhum funcionário do CIC possuía as chaves. A administradora do centro, Iara Silva, disse que nunca havia entrado no local desde que o espaço foi ocupado pela Ossca.

Maestro deve se reunir com secretário de Cultura hoje

Iara contou que o maestro teria derrubado uma parede sem autorização da Secretaria de Cultura. A orquestra utilizava água, luz e telefone do CIC, além de equipamentos, como máquina de fotocópia e fax.

Valle disse estar muito abalado para comentar o caso e que deve conversar com o secretário de Cultura, Gilmar Knaesel, na manhã de hoje.

O maestro apenas afirmou que a Ossca foi criada por vontade da Fundação Catarinense de Cultura quando Paulo Bauer estava à frente da secretaria.

O maestro e os músicos poderão retirar seus pertences em horário de expediente. No local onde funcionava a orquestra ficará a parte administrativa do Museu de Arte de Santa Catarina.

A presidente da fundação, Anita Pires, não foi encontrada para comentar o caso.

(Luciana Ribeiro, DC, 17/02/2009)

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