30 jan Repaginação do CIC está próxima
No dia 3 de março, será conhecida a empresa vencedora do edital de licitação da primeira etapa das obras do prédio.
Está lançado o edital de licitação para a Etapa 1 da readequação e reforma do Centro Integrado de Cultura (CIC), na Capital. Publicado na terça-feira passada, o edital prevê concorrência pelo menor preço e as propostas serão abertas no dia 3 de março, mesma data da divulgação da empresa vencedora.
A primeira etapa da reforma geral do CIC fará intervenções na parte esquerda de quem entra no espaço cultural, que inclui o hall, as salas de oficinas e o Museu de Arte de Santa Catarina (Masc). A empresa vencedora da licitação terá 240 dias de prazo para execução da obra, que deve iniciar até o final de março.
O autor do projeto original e da reforma do CIC, arquiteto Marcos Fiúza, explica que haverá uma reorganização do espaço e reforma geral.
– Não deixa de ser um resgate. O CIC está há muito tempo sem manutenção e várias inserções foram sendo feitas ao longo dos anos que alteraram o projeto original. O museu foi subdividido em salinhas, descaracterizaram o espaço. Onde está o Museu da Imagem e do Som, o Espaço Lindolf Bell e o Café Matisse, teve uma ocupação desenfreada, cada um pegou espaço sem planejamento nem projeto. Ali estava prevista uma Biblioteca Central, que nunca foi colocada em prática – recorda.
Em relação às áreas administrativas, tanto a Fundação Catarinense de Cultura quanto a administração do CIC estão em locais inadequados, na avaliação de Fiúza, e será feita uma reposição.
Durante os oito meses de obras, os espaços em reforma permanecerão fechados, inclusive o cinema. A presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Anita Pires, ressalta que serão promovidos eventos itinerantes, como exposições e oficinas, mas não está previsto um outro ambiente para as exibições de cinema nesse período.
– Como a reforma será completa, com parte elétrica, hidráulica e de incêndio, não tem como não fechar. Propusemos aos agentes culturais a realização de oito encontros regionais. Historicamente, o CIC ficou muito voltado para dentro dele mesmo. Trabalhamos com o conceito de cultura como um direito humano componente da cidadania, por isso a itinerância – justifica a presidente.
O Teatro Ademir Rosa e o cinema ganharão um edital específico e as obras devem ser concluídas, assim como as da Etapa 1, até dezembro. Fiúza explica que a Sala de Cinema, que hoje é um auditório, será adequado para cinema. O teatro vai ganhar um camarim e será modernizado, como afirma o arquiteto e diretor de arte Marcos Flaksman, autor do projeto técnico do Ademir Rosa. O arquiteto esteve em Florianópolis esta semana para avaliar o estado do teatro.
– Eu não vinha há muito tempo, o local precisa ser renovado. Em 28 anos, muita tecnologia mudou, como de iluminação cênica e equipamento de mecânica, que sofre um desgaste natural. Suportes de madeira serão trocados por metálicos, entre outros ajustes – explica.
– A programação do Teatro do CIC não é para ter show de rock. O uso indevido acaba estragando e não dura muito. Deve ser feito um regimento interno para ser seguido. A ideia é fazer reforma, mas com continuidade – complementa Fiúza.
Quanto à biblioteca originalmente prevista no projeto do CIC, Anita Pires acena com a possibilidade de que seja finalmente instalada.
– No segundo pavilhão, onde ficaremos, vai ser um conceito muito mais contemporâneo de uma casa cultural, com teatro, cinema, oficina, atividades culturais, espetáculos, uma biblioteca e livraria. O café será aberto na frente do CIC, virado para a rua, com um deck. Terá arena ao ar livre, para os grupos ensaiarem – finaliza Anita.
(Alicia Alão, DC, 30/01/2009