“Estávamos trabalhando com alta no turismo”

“Estávamos trabalhando com alta no turismo”

Até a crise global favorecia as perspectivas da temporada catarinense. Com o dólar em alta no Brasil, ficaria mais barato para o turista argentino passar férias aqui. Pelo mesmo motivo, Santa Catarina seria preferida pelo turista brasileiro que trocasse o plano de viajar ao exterior por um destino nacional. Por isso, o governo trabalhava com perspectiva de alta temporada. E segue agora, tratando de acoplar o apelo da solidariedade à escolha dos visitantes.

CNR – A mote do turismo solidário proposto pela bancada federal converge com o que o governo planeja para a temporada?

Gilmar Knaesel – “Eu fico feliz em ver o engajamento dos deputados federais nesta que é, talvez, a mais importante ação do Estado, naquilo que o governo chama de momento da reação. Quando a nossa economia da indústria, da agricultura e do comércio foi afetada com mais esta calamidade, nós ainda podemos e temos de salvar a economia do turismo, que já sofreu impacto em novembro, mas que tem nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março a sua grande estação. Então, neste momento, precisamos manter o fluxo turístico não apenas pelas reconhecidas belezas naturais dos nossos destinos (inclusive internacionalmente), mas também pelo envolvimento solidário e humanitário daqules que conhecem e gostam do nosso Estado, que já são freqüentadores. Acho que vem em boa hora esta proposta, nós já estávamos trabalhando nesta linha.”

CNR – Como será a campanha?

Knaesel – “Há dois sentidos neste trabalho: um é mostrar segurança, é mostrar que o turista pode vir ao nosso Estado sem ter medo das estradas, das chuvas, das enxurradas, de saques, isso é uma questão importante. E outro, fazer o envolvimento solidário, já que os brasileiros e também estrangeiros nos ajudaram tanto no momento de calamidade, que possam nos ajudar também no processo de movimentação turística, de manter esta economia viva.”

CNR – O turismo interno representa um terço do total…

Knaesel – “O turismo de catarinenses não vai sofrer alteração, até porque eles têm acompanhado, conhecem a realidade. Acredito que o turismo interno vai se manter, o que nos preocupa é o dos estados vizinhos e do Mercosul.”

CNR – Qual foi a extensão do dano sobre instalações turísticas?

Knaesel – “Olha, praticamente não houve nenhum prejuízo da infra-estrutura – do trade turístico. Os hotéis, os restaurantes já voltaram a funcionar. A logística do caminho sim teve problemas como nos acessos rodoviários. O cê (caminho) do turismo foi prejudicado principalmente no eixo do Vale Europeu e está e uma das preocupações: que possa voltar à normalidade até o início da temporada.”

CNR – SC já conquistou novos mercados internacionais?

Knaesel – “Sim, basta ver a última temporada na Lagoa da Conceição (em Florianópolis). Se você circular nos bares vai encontrar pessoas falando inglês, espanhol, francês, alemão, vai encontrar uma diversidade de idiomas. Cito apenas um exemplo, mas as nossas pesquisas de demanda já mostram o volume destes turistas que começam a conhecer melhor e a vir ao nosso Estado.”

(Adriana Baldissarelli e Chico Alves, CNR, A Tribuna, 08/12/2008)