Vamos abraçar a metrópole

Vamos abraçar a metrópole

Artigo de Laudelino José Sarda, jornalista e professor, Diretor de Comunicação da FloripAmanhã

Como salvar a Ilha, cada dia mais entulhada de serviços públicos, de comércio invadindo áreas residenciais, como gafanhoto em plantações, e de construções que, desfigurado o centro da cidade, estão agora a desarranjar os balneários? No desespero, já se pensa até em pedágio no centro para reduzir o fluxo de veículos. Ora, essa alternativa é de cidade organizada, com transporte coletivo humanizado e eficiente. O da Grande Florianópolis é ineficiente e bagunçado e serve mais para dar lucro aos seus proprietários. Os prefeitos estão pouco preocupados. Os dividendos eleitorais estão acima da preocupação com o cidadão.

Como salvar a Ilha? Lipoaspirar tudo que esteja comprometendo a sua saúde? Grande parte do serviço público pode ser deslocada para o continente, evitando assim que as primeiras e últimas horas do dia sejam neurotizantes nos acessos à Ilha. Os horários dos serviços não podem ser uniformes. As universidades deveriam funcionar em períodos incompatíveis com os de outras atividades profissionais e empresariais. A Ilha não tem gente em excesso. O problema é a desordem econômica que bagunça a cidade sem leis e sem vontade de vencer o sedentarismo.

A Ilha precisa ser salva por vontade de toda a região Metropolitana. Se ela é a mais evidente atração turística, então a metrópole precisa investir nela, salvando suas belezas naturais e compor um enorme cenário de riqueza, de toda a Grande Florianópolis. A Metrópole precisa da Ilha para crescer com referência.

Mas a Grande Florianópolis carece de um planejamento integrado. As soluções domésticas só aumentam as dificuldades. Se não houver soluções emergenciais de curto a longo prazo, não será apenas a Ilha a sofrer os efeitos dos incautos. Toda a região está sujeita às tragédias que permeiam as grandes cidades brasileiras. A metrópole precisa reagir contra os domínios eleitoreiros que obstruem os caminhos do crescimento integrado.

Para isso, os prefeitos eleitos da Grande Florianópolis precisam abraçar o Projeto Floripa 2030, elaborado com a esperança de dar um novo rumo à região metropolitana.