Nem o turismo ficou de fora

Nem o turismo ficou de fora

A reação em cadeia à turbulência financeira global vai além do mercado financeiro. Em SC, hotéis de alto padrão, destinados ao descanso e diversão, sentem os tremores. Mais cauteloso, o turista brasileiro está poupando os passeios, o que já provoca quedas de ocupações. Por outro lado, o dólar em alta pode trazer mais estrangeiros ao Estado na temporada.

Membro da Associação Roteiro de Charme e diretor da Pousada Ilha do Papagaio, em Palhoça, Renato Sehn, mostra-se bastante preocupado com os reflexos da crise mundial no segmento.

– Diante deste cenário, o brasileiro, que é 90% do nosso público, fica com medo de gastar – destaca.

Em setembro, a ocupação na pousada foi menos da metade da registrada no mesmo mês do ano passado – foi de 22% para menos de 10%.

– E o reflexo também aparece na queda de consultas e na maior briga pelo preço final – acrescenta.

Para outubro, a expectativa de Sehn é de outra redução, na ordem de 30%. A vinda de turistas estrangeiros, com a maior divulgação do Estado no mercado internacional, é apontada como a esperança para equilibrar o mercado.

A gerente de vendas do Sofitel Florianópolis, Patrícia Veiga, aposta, principalmente, na vinda de turistas do Mercosul, favorecidos pelo câmbio. Nas últimas semanas, ela também observou redução de clientes e relação ao ano passado.

– Foram perdas de poucos pontos, mas trabalhamos sempre com meta de crescimento. Só que agora estamos no meio de um tiroteio em que o resultado não depende apenas do turismo, mas do mercado financeiro.

O presidente da Federação dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Santa Catarina, Estanislau Emílio Bresolin, vê nos feriados apenas aos domingos um dos principais fatores para o desempenho pior este ano. Para a temporada de verão, Bresolin afirma que os primeiros indicativos serão sentidos neste mês, com as festas de outubro e a divulgação de SC em feiras de turismo, inclusive em eventos internacionais. .

– Ainda não acendeu o sinal de alerta – afirma ele.

Otimista, o dono do Costão do Santinho Resort, Fernando Marcondes de Mattos, enxerga apenas as vantagens do dólar forte.

– A valorização do dólar é altamente positiva. Menos brasileiros vão para o exterior e mais estrangeiros vêm para cá, agora um destino bem mais barato – destaca.

(Alexandre Lenzi, DC, 01/10/2008)