20 out Meio ambiente na UTI
Márcio Dison, Jornalista e professor (DC, 20/10/2008)
Criar consciência ambiental é um trabalho de multiplicação de idéias. Neste terceiro milênio plastificado, as pessoas só se ligam em meio ambiente quando o ar as sufoca ou quando suas casas são inundadas por rios de lixo. Repararam que depois que o lixão saiu do Bairro Itacorubi paramos de nos preocupar com o destino dos rejeitos que produzimos? É porque está tudo indo para o outro lado da ponte, está sendo jogado “lá fora”, não é mesmo?
Mas é fundamental que todos saibamos que o “lá fora” é aqui dentro, que o planeta é um todo multifacetado e que, inclusive, precisa ser mantido em harmonia com o restante do universo. A NASA busca soluções para a enorme quantidade de lixo que vaga pelo espaço e põe em risco as missões enviadas aos planetas, à Lua e à Estação Espacial Internacional (ISS).Por duas vezes, recolhemos quase tonelada de rejeitos em mananciais da Ilha de Santa Catarina, ocasiões em que conhecemos em profundidade a falta de educação do Homo sapiens, o desrespeito que nutre pela essência de sua própria vida. O meio ambiente está na UTI e salvá-lo exige um trabalho de formiguinha, diário, que consiga progressão geométrica de mentes ecologicamente corretas. Se muito do lixo que produzimos leva mais de um século para se decompor, é importante que as administrações municipais e estaduais invistam o melhor de suas tecnologias em curto prazo para organizar um futuro menos poluído para as novas gerações. Ou abrimos os olhos para esta realidade ou estaremos logo , logo , atolados em lixo.