09 out A prevenção sobe o morro
Projeto conscientiza moradores sobre o risco de acidentes
O braço quebrado revela que dona Edite Alves, 89 anos, corre riscos em sua própria casa, no Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis. A senhora, uma das primeiras moradoras do local, sofreu uma lesão no braço na última semana, quando passava ao lado da entrada da residência.
O muro do vizinho, construído em um local instável e bem próximo de onde a água escoa, caiu em cima dela.
Para descer a escadaria do morro, Edite teve que ir a pé. Como não há ruas na comunidade, não sobem carros. Descer com dona Edite em uma maca seria ainda mais um risco aos socorristas por se tratar de um terreno íngreme.
Enquanto a melhoria não vem, problemas como o de dona Edite que começam a ser evitados com ações envolvendo a comunidade em parceria com órgãos e prefeitura. Ontem, Dia Internacional de Redução de Risco de Desastres, uma averiguação dos riscos marcou mais uma etapa do projeto Percepção de risco, a descoberta de um novo olhar.
A ação, desenvolvida desde o início de setembro, visa a aprendizagem coletiva da comunidade sobre riscos e vulnerabilidades. Dez das 16 comunidades do Maciço do Morro da Cruz participam do projeto.
Conforme o diretor estadual da Defesa Civil, Márcio Luiz Alves, o projeto pretende criar a cultura da prevenção na comunidade, com a percepção dos riscos e a intervenção na execução das ações por parte do poder público.
Ontem, além de visitar as áreas mapeadas pela comunidade como sendo de risco, os representantes das entidades e órgãos envolvidos fotografaram, entrevistaram moradores antigos e plantaram mudas de árvores. Também foram colocadas placas informativas solicitadas pelos próprios moradores, e distribuídas cartilhas sobre a prevenção de desastres.
O que fazer
Como agir em situações de deslizamentos
– Procurar autoridades para não se tornar mais uma vítima
– Observar o aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas, inclinação de tronco de árvores, de postes e o surgimento de minas dágua. Caso existam, avise imediatamente a Defesa Civil
– Não destruir a vegetação das encostas
– Consertar vazamentos o mais rápido possível
– Não amontoar sujeira em locais inclinados para não entupirem as saídas de água.
Telefones Úteis
– Corpo de Bombeiros – 193
– Departamento Estadual de Defesa Civil – 199 ou 3244-0600
(Lilian Simioni, DC, 09/10/2008)