22 set Dia sem carro
Artigo escrito por Laércio Batista Júnior – Membro do Movimento Pedala Joinville (A Notícia, 22/09/2008)
Com o objetivo de refletir sobre o uso indiscriminado do carro, o Dia Mundial sem Carros foi instituído pela primeira vez na França em 22 de setembro 1997. De lá para cá, milhares de cidades pelo mundo aderiram ao movimento. O que cabe neste dia é refletirmos se Joinville está se preparando para viver menos dependente do carro. Acostumados a resolver o problema no presente, com soluções “quebra-galho”, não investimos em um transporte coletivo moderno e insistimos em utilizar “caminhões encarroçados” para transportar pessoas.
Não acredito que a redução do custo seja a solução. Precisamos de solução que estimule as pessoas a deixarem o carro em casa por ser mais prática, rápida, segura e ágil. Pode ser até o ônibus, carros modernos de piso baixo com motores mais eficientes, mais silenciosos e menos poluentes, por que não elétrico, por que não os VLTs (veículos leves sobre trilhos), que podem ocupar as ruas com baixo investimento em relação ao metrô ou metrô de superfície?
Precisamos construir, integrar e prever vias especiais para o transporte de pessoas, entender que a cidade pertence às pessoas e não aos veículos. Hoje já vivemos o caos. É claro que precisamos melhorar ruas, acessos e avenidas. Joinville, a maior cidade do Estado, não tem sequer uma via de acesso (entrada) duplicada. O projeto da rua Ottokar Doerffel existe há pelo menos 30 anos, a avenida Marquês de Olinda foi construída com desvios provisórios, sem previsão de transporte coletivo e sem ciclovia. É o exemplo do “quebra-galho”.
A Cidade das Bicicletas esqueceu de planejar vias exclusivas para o transporte mais barato do mundo. Ficamos 20 anos sem construir ciclovias, as poucas que surgem são só para fazer de conta. Exemplo disso é a ciclovia da rua São Paulo, ocupada pela faixa de ônibus.
Integrar a bicicleta ao transporte coletivo, com bicicletários nos terminais de ônibus, reduziria o número de linhas. Estimular o uso da bicicleta é uma tendência mundial, por ser ágil, rápido, eficiente e ocupar pouco espaço. Nos países desenvolvidos, é chique andar de bicicleta, é saudável, traz liberdade e lazer. Precisamos pensar em mobilidade urbana, precisamos poluir menos, caso contrário, deixaremos um legado que nos envergonhará.