22 set Dia Mundial Sem Carro inspira boas reflexões
Que tal aproveitar o dia de hoje para discutir e refletir sobre mobilidade urbana e o uso do espaço público? Várias cidades brasileiras aderiram a essa iniciativa, lançada na França há 11 anos. Na capital paulista, a programação inclui debate com os candidatos à prefeitura, criação de vagas vivas, além da apresentação de uma pesquisa inédita
O Dia Mundial sem Carro surgiu, na França, em 1997. Três anos depois, a União Européia aderiu à proposta, sugerindo a união em torno de um movimento maior: uma jornada internacional que reuniu mais de 750 cidades e serviu de base para a criação, em 2002, da “Semana Européia da Mobilidade”. Mas, um pouco antes, a idéia de deixar o carro em casa como manifestação contra o domínio do automóvel já tinha se disseminado pelo planeta.
No Brasil, as primeiras manifestações aconteceram em 2001, com a adesão de apenas onze cidades: capitais como Belo Horizonte (MG), São Luís (MA), Belém (PA), Porto Alegre (RS), Vitória (ES), Cuiabá (MT) e Goiânia (GO), além de Pelotas e Caxias do Sul (RS), Piracicaba (SP) e Joinville (SC).
São Paulo só abraçou a causa em 2005, com o apoio da Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Mas foi somente no ano passado que a iniciativa tomou grande impulso, com maior apoio do governo e também do movimento Nossa São Paulo: Outra Cidade, que havia sido criado em maio. Outras cidades como o Rio de Janeiro e Ubatuba também realizaram grande campanha.
Muito se disse sobre o insucesso da iniciativa brasileira, já que boa parte dos habitantes das cidades engajadas não deixou seus carros em casa, apesar de a data ter caído num sábado de sol. Mas o sucesso dessa iniciativa não pode ser medido dessa forma. Nunca se tinha falando tanto do caos urbano provocado pelo excesso de veículos particulares e a falta de transporte público como nessa época, antes e depois do dia 22 de setembro. Além disso, no caso de São Paulo, a data foi acompanhada pela “Virada Esportiva” – 24 horas de práticas, monitoradas ou não, em vários parques e praças da cidade – que ainda ajudou a ressaltar a importância de os paulistanos se apoderarem mais de seus espaços públicos, evitando, assim, a proliferação da criminalidade.
Neste ano, o Dia Mundial sem Carro está um pouco prejudicado por causa das eleições – qualquer apoio dos governos poderia ser considerado como campanha eleitoral. Talvez por isso, mobilizará pouco mais de 30 cidades; no ano passado foram mais de 60. A idéia de convidar os brasileiros a substituir o carro por caminhadas, pelo uso da bicicleta, pelo ônibus, trem ou metrô e, também, pela carona ou o táxi, continua sendo a base da campanha. Mas algumas propostas vão muito além, como as do movimento Nossa São Paulo, que inspirou outras cidades pelo país, no ano passado e continua sendo referência de mobilização.
O NSP quer incentivar a educação cidadã para que todos compreendam a urgência de mudanças e o quanto cada um pode e deve colaborar, inclusive valorizando o seu voto. Em ano de eleição, não poderia haver melhor apelo. Por isso, promoverá um encontro com os candidatos à prefeitura para discutir mobilidade e qualidade de vida na cidade, hoje, das 10 às 12h. Este é o terceiro encontro promovido pelo movimento este mês: os anteriores versaram sobre educação e saúde.
Os políticos responderão a questões sobre transporte coletivo, ciclovias, pedestres, acessibilidade para portadores de deficiência e poluição. Em seguida, serão apresentados os resultados de uma pesquisa inédita, realizada pelo Ibope, que revela a opinião dos paulistanos sobre o pedágio urbano e o rodízio de carros. Para finalizar o encontro, será realizado um ato público – com a presença de representantes de ONGs, profissionais de saúde, movimentos sociais e personalidades – para reivindicar o cumprimento integral e inadiável da resolução 315/2002 do Conama – Conselho Nacional de Meio Ambiente.
Essa resolução prevê a comercialização do diesel com menos enxofre – 10 vezes menos do que o vendido atualmente – a partir de janeiro de 2009, mas a Petrobrás já declarou que não vai atendê-la. Na semana passada, a Justiça Federal decretou que a estatal deverá cumprí-la a partir da data marcada, mas com mudanças (leia a reportagem Liminar decreta diesel menos poluente em 2009). Ontem, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma carta aberta – assinada por Oded Grajew, coordenador do movimento Nossa São Paulo, e dirigida ao presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli – com o título “Hoje, o diesel é responsável pela morte de 3 mil pessoas por ano na cidade de São Paulo”.
Desde sexta, o Nossa São Paulo está promovendo atividades relacionadas ao Dia Mundial sem Carro pela cidade, como a implantação temporária de vagas vivas. A última ficará exposta, hoje, em frente ao SESC Consolação. E a programação ainda inclui a exibição de dois documentários no Centro de Cultura Judaica. Veja a programação no site do movimento.
O Dia Mundial sem Carro surgiu, na França, em 1997. Três anos depois, a União Européia aderiu à proposta, sugerindo a união em torno de um movimento maior: uma jornada internacional que reuniu mais de 750 cidades e serviu de base para a criação, em 2002, da “Semana Européia da Mobilidade”. Mas, um pouco antes, a idéia de deixar o carro em casa como manifestação contra o domínio do automóvel já tinha se disseminado pelo planeta.
No Brasil, as primeiras manifestações aconteceram em 2001, com a adesão de apenas onze cidades: capitais como Belo Horizonte (MG), São Luís (MA), Belém (PA), Porto Alegre (RS), Vitória (ES), Cuiabá (MT) e Goiânia (GO), além de Pelotas e Caxias do Sul (RS), Piracicaba (SP) e Joinville (SC).
São Paulo só abraçou a causa em 2005, com o apoio da Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Mas foi somente no ano passado que a iniciativa tomou grande impulso, com maior apoio do governo e também do movimento Nossa São Paulo: Outra Cidade, que havia sido criado em maio. Outras cidades como o Rio de Janeiro e Ubatuba também realizaram grande campanha.
Muito se disse sobre o insucesso da iniciativa brasileira, já que boa parte dos habitantes das cidades engajadas não deixou seus carros em casa, apesar de a data ter caído num sábado de sol. Mas o sucesso dessa iniciativa não pode ser medido dessa forma. Nunca se tinha falando tanto do caos urbano provocado pelo excesso de veículos particulares e a falta de transporte público como nessa época, antes e depois do dia 22 de setembro. Além disso, no caso de São Paulo, a data foi acompanhada pela “Virada Esportiva” – 24 horas de práticas, monitoradas ou não, em vários parques e praças da cidade – que ainda ajudou a ressaltar a importância de os paulistanos se apoderarem mais de seus espaços públicos, evitando, assim, a proliferação da criminalidade.
Neste ano, o Dia Mundial sem Carro está um pouco prejudicado por causa das eleições – qualquer apoio dos governos poderia ser considerado como campanha eleitoral. Talvez por isso, mobilizará pouco mais de 30 cidades; no ano passado foram mais de 60. A idéia de convidar os brasileiros a substituir o carro por caminhadas, pelo uso da bicicleta, pelo ônibus, trem ou metrô e, também, pela carona ou o táxi, continua sendo a base da campanha. Mas algumas propostas vão muito além, como as do movimento Nossa São Paulo, que inspirou outras cidades pelo país, no ano passado e continua sendo referência de mobilização.
O NSP quer incentivar a educação cidadã para que todos compreendam a urgência de mudanças e o quanto cada um pode e deve colaborar, inclusive valorizando o seu voto. Em ano de eleição, não poderia haver melhor apelo. Por isso, promoverá um encontro com os candidatos à prefeitura para discutir mobilidade e qualidade de vida na cidade, hoje, das 10 às 12h. Este é o terceiro encontro promovido pelo movimento este mês: os anteriores versaram sobre educação e saúde.
Os políticos responderão a questões sobre transporte coletivo, ciclovias, pedestres, acessibilidade para portadores de deficiência e poluição. Em seguida, serão apresentados os resultados de uma pesquisa inédita, realizada pelo Ibope, que revela a opinião dos paulistanos sobre o pedágio urbano e o rodízio de carros. Para finalizar o encontro, será realizado um ato público – com a presença de representantes de ONGs, profissionais de saúde, movimentos sociais e personalidades – para reivindicar o cumprimento integral e inadiável da resolução 315/2002 do Conama – Conselho Nacional de Meio Ambiente.
Essa resolução prevê a comercialização do diesel com menos enxofre – 10 vezes menos do que o vendido atualmente – a partir de janeiro de 2009, mas a Petrobrás já declarou que não vai atendê-la. Na semana passada, a Justiça Federal decretou que a estatal deverá cumprí-la a partir da data marcada, mas com mudanças (leia a reportagem Liminar decreta diesel menos poluente em 2009). Ontem, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma carta aberta – assinada por Oded Grajew, coordenador do movimento Nossa São Paulo, e dirigida ao presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli – com o título “Hoje, o diesel é responsável pela morte de 3 mil pessoas por ano na cidade de São Paulo”.
Desde sexta, o Nossa São Paulo está promovendo atividades relacionadas ao Dia Mundial sem Carro pela cidade, como a implantação temporária de vagas vivas. A última ficará exposta, hoje, em frente ao SESC Consolação. E a programação ainda inclui a exibição de dois documentários no Centro de Cultura Judaica. Veja a programação no site do movimento.
(Planeta Sustentável, 22/09/2008)