Uma faxina no mangue

Uma faxina no mangue

O objetivo era o de fazer um ato simbólico. Mas a sujeira no mangue do Itacorubi, na Capital, transformou a manifestação pelo Dia Mundial de Preservação dos Manguezais, celebrado no sábado, em um limpeza da orla da Avenida Beira-Mar Norte.
Carrinho de supermercado, vaso sanitário, calça jeans, garrafas de vinho e de uísque. Tudo isso foi encontrado próximo ao mar da avenida mais movimentada e um dos metros quadrados mais caros da cidade. Em apenas um quilômetro percorrido pelos cerca de 100 manifestantes foram recolhidos 40 sacos de lixo. Mais uns minutos de caminhada e acabaram os 76 sacos disponíveis.
– Esse acúmulo só revela a falta de educação das pessoas. É preciso reciclar mais, mas antes há que se reeducar e reaproveitar o lixo. Como alguém pode jogar na natureza uma garrafa pet, que pode levar até 400 anos para se decompor? – indaga um dos integrantes do Instituto Mangue Vivo, entidade responsável pelo mutirão de limpeza.
Diante do volume inesperado de lixo, nem foi possível percorrer toda a área do mangue do Itacorubi, um dos maiores mangues urbanos do país, por falta de lugar para depositar o que seria encontrado. Para o diretor executivo do Instituto Mangue Vivo, Paulo Douglas Pereira, o maior problema dos manguezais atualmente é o esgoto doméstico:
– Temos que monitorar os mangues da Grande Florianópolis. Este do Itacorubi já está com menos de 60% de sua área original, e é como o tapete da cidade, para onde se joga a sujeira. O de Palhoça também está poluído e o da Costeira do Pirajubaé, abandonado.
O Brasil tem a segunda maior área de manguezais do mundo, mais de um milhão de hectares localizados ao longo do litoral.
(DC, 28/07/2008)