06 jun Turismo e visão de futuro
Artigo de Edson Piriquito — deputado (Coluna do Paulo Alceu, 05/06/08)
A máxima de que o turismo é a maior indústria sem chaminés do planeta pode até ser considerada antiga, e é bem verdade que há outras áreas de atividades econômicas de importância relevante pelas características de baixo impacto ambiental. Mas é certo que o crescente aumento da demanda turística aponta para a necessidade de focarmos com maior atenção este segmento com grande capacidade de transformar regiões onde é operado com competência.
Recentemente foi divulgada uma pesquisa de conjuntura econômica do turismo feita ano passado pela Fundação Getúlio Vargas junto às maiores empresas brasileiras do setor, que aponta o crescimento de 14,8% da atividade em relação a 2006, quando o segmento já registrara a extraordinária marca de 29,3% de incremento sobre o ano anterior. Os índices confirmam o crescimento do turismo em quase todos os cantos do planeta e reforçam projeções da Organização Mundial do Turismo (OMT), que prevê números ainda melhores para 2008.
Recentes recomendações da OMT apontam para a necessidade da atividade turística estar sintonizada à economia e às questões sociais de cidades e regiões, de modo a garantir retorno financeiro substancial e vantajoso aos investidores e às comunidades. A fórmula prevê que tanto visitantes como moradores devem ser contemplados pelo planejamento da atividade.
A exploração de atrações naturais precisa estar ajustada à preservação ambiental, e os turistas devem sentir plenamente recompensados com serviços prestados e experiências vividas nos locais de visitação, o que só é possível com o amplo bem-estar da população local.
Isso mostra a necessidade de se implementar modelos políticos de gestão administrativa eficientes, que prezem a qualificação de equipamentos e serviços. Com a modernização do entendimento do administrador público, pois os destinos turísticos só terão êxito se houver atenção à qualidade de vida nas cidades, o que envolve segurança, saúde, serviços e saneamento.
Esta visão é decisiva, para o sucesso ou o fracasso da atividade turística. O arrojo visionário da administração pública pode ser balizado, nesta área, pelo esforço empreendido na cidade de Dubai, construída numa região desértica dos Emirados Árabes e transformada em novo pólo mundial do turismo, graças à visão futurística em relação a esse segmento.