Museu Hassis adapta obras para cegos na Capital

Museu Hassis adapta obras para cegos na Capital

A exposição do artista Hiedy de Assis Corrêa, o Hassis (1926-2001), que começa nesta quarta-feira (11/06), às 20h, em Florianópolis, terá 10 obras adaptadas para que cegos possam senti-las e interpretá-las. A iniciativa faz parte do projeto Acessibilidade, que reproduz em alto relevo as pinturas do artista. Na mostra, telas da série Artepoema — criada em 1982 e em que cada obra vem acompanhada de um texto de Silveira de Souza — foram reproduzidas em quadros menores e cada detalhe pintado por Hassis está em alto relevo.
Para isso, foram utilizados tinta, papel, tela, botão, lantejoula, entre outros materiais. Além do relevo, os cegos e quem tem baixa visão poderão conhecer mais sobre a história, as técnicas e os temas que o artista trabalhou por meio de áudio. Ao entrar no andar térreo do museu, onde antigamente foi o ateliê de Hassis, eles vão receber um aparelho de mp3 com um áudio que conta a história, a vida e as técnicas que o pintor usou para criar suas obras.
A informação se completa com um catálogo em braile. O projeto é coordenado pela diretora e filha do artista, Leilah Corrêa Vieira, e desenvolvido por Vanessa de Andrade Manoel, que estuda a área de acessibilidade há cinco anos. Essa é a primeira de uma série de atividades que pretende levar a arte aos deficientes visuais.
Depois de ler o quadros, Marcelo Lofi, que faz a revisão do material produzido em braile para a Fundação Catarinense de Cegos, ficou surpreso. — É difícil encontrar um material com esta qualidade. Dá uma idéia muito próxima do que é a obra — avaliou o jovem, que nunca conseguiu enxergar uma cor, mas que com o tato consegue ter noção de forma e de conteúdo.
(Stylo Fm, 11/06/08)